segunda-feira, 25 de junho de 2012

Autoavaliação

   Ouvindo certo programa de rádio que citava o tema em questão, despertei-me de forma mais interessada pelo assunto. Existem infinitas questões sem muita importância nessa vida, muitas delas nos pegam de surpresa e acabam tomando nosso tempo de forma inútil. Porém, outras são muito relevantes e acabamos não dedicando o tempo e a atenção necessários às mesmas.
   Uma delas é a questão de sabermos nos avaliar corretamente. Autoavaliação é uma palavra que se divide em duas: auto e avaliação. O prefixo auto significa algo que diz respeito a nós próprios, ou seja, de si mesmo. Avaliação é uma palavra muito conhecida, pois desde os tempos iniciais de escola ouvimos falar desse tema. Qualquer tipo de avaliação é uma tarefa que envolve alguns aspectos importantes, seja antes ou durante o processo em si. Antes de realizar uma avaliação, é necessário estabelecer alguns parâmetros que irão nortear a mesma. Tais parâmetros envolvem uma série de questões, algumas das quais iremos abordar neste texto.
   A primeira questão a ser planejada quando se pensa em qualquer tipo de avaliação é o que podemos chamar de gabarito das questões, ou seja, quanto mais próxima a pessoa estiver de acertar todas as questões, melhor ela será avaliada. Em termos humanos, podemos dizer que quanto mais uma pessoa se aproximar do ser humano ideal, mais alta será sua nota na avaliação que se fizer. Ou seja, estamos falando em padrão de uma pessoa que pode ser considerada ideal.
   Porém, falar em uma pessoa ideal passa por alguns valores objetivos. Para algumas sociedades, uma pessoa egocêntrica e que consiga atingir seus objetivos em detrimento de subjugar outras pessoas pode ser considerada correta e bem avaliada. Para outras sociedades, porém, essa pessoa será considerada desleal, pois utilizou-se de meios ilícitos para atingir seus objetivos. Evidentemente, os valores que uma sociedade conserva e considera como ideais são inúmeros e são eles que norteiam o processo de avaliação que é feito todos os dias nos mais longínquos cantos de nosso planeta.
   A questão de autoavaliar-se é ainda mais complexa, pelo simples fato de que quase todos nós desejamos ser a melhor pessoa que podemos ser. Mas o que é ser a melhor pessoa? É ser alguém que ajuda os seus semelhantes, ou alguém que sabe ser determinado em atingir seus objetivos? Quando fazemos um juízo de valor sobre nós mesmos, muitas vezes não percebemos, mas fazemos sim o uso inconsciente de todos os valores que estão depositados em nosso cérebro, em nossas memórias. E alguns desses valores acabam por nos punir de forma muito contundente, fazendo com que sejamos muito exigentes em nossa forma de nos avaliarmos. Esta questão é bem mais frequente do que imaginamos.
   Para fazermos uma boa avaliação de nós mesmos, precisamos ter uma certa maturidade e uma abertura para permitir que não sejamos condescendentes com nós mesmos, ou seja, que nos permitamos expor nossos erros, de modo que sejamos adultos o suficiente para que eles venham à tona para que possamos vislumbrar uma solução para corrigi-los. Ou, caso entendamos que não há uma solução a curto prazo para eles, que possamos, pelo menos, "congelá-los", fazendo com que eles não atrapalhem a nossa vida prática, nem tampouco nosso relacionamento com nossos semelhantes.
   Avaliar-se não é apenas encontrar erros. A forma como fomos educados, seja em casa, seja na escola, fazem com que fixemos nossa atenção apenas nas partes negativas. Isso é sair do foco principal. Algumas pessoas vivem em um estilo tão negativista que quando estão vivendo momentos de intensa alegria, acham isso muito estranho e não conseguem compreender a totalidade dos acontecimentos. Avaliar-se é, também, encontrar boas qualidades e não gabar-se por elas, mas sim saber conservá-las e utilizá-las da melhor forma possível, principalmente nas questões que envolvem nosso relacionamento com as mais diversas pessoas, principalmente as mais próximas de nós.
   Enfim, autoavaliação é um processo que envolve a definição de um padrão ideal, o qual é composto por algumas variáveis que devem ser analisadas. E durante o processo, devem ser seguidos passos de forma bem objetiva, sem intenção de punir-se ou premiar-se, mas sim com o único propósito de conhecer-se bem, de forma madura, prática, objetiva e transparente, para que se possa desenvolver um estilo de vida que torne as tarefas cotidianas mais simplificadas e que as relações interpessoais possam ser mais intensas na troca de conhecimentos e experiências, fazendo com que nossa sociedade possa ser mais justa, digna e fraterna. Se partirmos desses princípios, faremos uma imagem correta de nós mesmos e seremos mais felizes e isso é algo que desejamos com intensidade. Portanto, façamos isso, amigos.

Helvécio
   

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