sexta-feira, 15 de junho de 2012

PREFÁCIO DO LIVRO



Publico, abaixo, o prefácio de minha amiga Rosângela Lemos, que o fez com muito carinho após ler e revisar a maioria dos textos que estão contidos no livro.


PREFÁCIO


A tecitura deste livro tem sua construção no que há de mais belo, a palavra. Esta, que se mistura ritmos, estilos, gêneros e tipos textuais, como também entrelaça e, volta e meia, embaralha inúmeros percursos. Isso serve não só para o autor – Helvécio –, como também o de seus futuros leitores, sobretudo “aquele que lê com os olhos que tem e interpretar a partir de onde os pés pisam”, conforme reza Leonard Boff.
Basta começar a ler e não se consegue parar mais. A não ser para retomar, concordar ou contestar elos anteriores desse tecido e elaborar sua obra tentando tornar ativas as respostas futuras, aquelas de seus
ouvintes/leitores, talvez jamais pretendida pelo autor. Sim, o que faremos com seu texto será nosso. No entanto, a julgar pelo horizonte de sentido, escolhido pelo leitor, há de se estabelecerem vínculos implícitos e explícitos que perpassam os textos. Certamente, desenvolveremos nosso senso crítico e reflexivo, de forma prazerosa.
Encanta-me a sutileza e a leveza com que o autor trabalha cada palavra. Os textos recuperam vivências que resgatam, pela memória, pessoas e personagens, prosas e poemas, fatos e feitos que vão encantar
o leitor. São histórias e estórias que libertam das prisões, que têm em comum o resgate do prazer a partir da intimidade com os textos.
Minha centena de reflexões é um livro que resgata o passado vivido por muitos de nós e nos leva a refletir sobre a vida, sobre o mundo, sobre o presente evidenciando o passado. Entre esses, destaque especial para o futuro, que nos permite sonhar e buscar um mundo melhor. Há, também, a intensa emotividade que perpassa as páginas desse livro facilitando a identificação do leitor com os escritos do autor evidenciando o percurso temporal.
Helvécio tece, nesse espaço entre o concreto e o íntimo, a fragilidade e os medos pessoais, a partilha e a cumplicidade entre o existencial e o poético. Há toda uma viagem que dá grande satisfação, além do prazer de incitar o leitor a adentrar os textos, descobrir suas estratégias, as relações internas e externas, isto é, de sua estrutura profunda, a do sentido.
Não sei dizer se Helvécio escreve porque vive, ou se vive porque tem graça de saber escrever. Penso, às vezes, que a vida flui em seus textos. Acho, outras vezes, que são os textos que fluem em seu viver. Porque as palavras ali ditas ou escritas emanam força positiva ou negativa, dependendo do modo como se emite ou se grafa, e até mesmo da entonação da fala ou do gesto. O que sei mesmo é que todas têm vida, peso, som, cor, temperatura e, muitas vezes, sua existência faz com que se mostre com brilho ou embaciado.
Parece, também, que os olhos de Helvécio veem a vida com serenidade e muita cor. Por isso, esta coletânea, certamente, tocará o leitor. E isso ocorrerá não só através da sensibilidade e da fantasia, como também de conhecimentos. Queridos, queridas, deixem-se ser alimentados por palavras VIVAS de Helvécio.


Rosângela Silva Gomes Lemos
professora especialista em Leitura, Análise e Produção de Textos.

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