domingo, 12 de agosto de 2012

AINDA POSSO OUVIR, VER, SENTIR


Ainda ouço sua voz me chamando...
Ainda vejo seus olhos me fitando...
Posso sentir seu cheiro depois de um banho...
Ainda lembro de seus braços sofridos...
Posso ver suas mãos calejadas...
Ainda vejo diante de mim seu rosto queimado do sol...
Sua pele vermelha sofrida de tantos sóis...
Suas lembranças de tantas viagens feitas...
Suas dores noturnas por não poder repousar tanto...
Seu trabalho incansável para trazer o pão com o suor...
Seu ritmo alucinante de labor diário, mensal, anual...
Ainda posso ver sua semente plantada nesta terra...
Posso ouvir perto de mim sua voz sensata...
E, ao ouvir, me lembro de sua pessoa...
Sinto-me confortado ao lembrar de seus ensinamentos...
E me vem à memória tantos conselhos, tanta sabedoria...
E isso me faz pensar em Deus...
Faz-me ver que um pai que ama pode não falar muito...
Pode não abraçar muito...
Pode não me dar muitos beijos...
Tudo isso por achar que o mais importante é outra coisa...
Aquela coisa que jamais vamos esquecer mesmo depois de tanto tempo...
Esta coisa chamada dignidade, honestidade, honra...
Estes valores que ficam aqui, bem aqui dentro...
Neste local aquecido pela segurança trazida desde criança...
Neste local trabalhado pelo suor e pelas lágrimas...
E é por isso que posso hoje entender um pouco mais...
Um pouco mais do que é o verdadeiro amor de pai...
É o amor de atitudes perenes, duradouras...
Estas que refletem para a eternidade...
Obrigado, meu pai...
Hoje sinto-me como tendo recebido um lindo presente...
Um lindo presente de dia dos pais...
A sua presença eterna dentro de mim...
Um abraço e um beijo de seu filho que muito lhe amou e ama...

Helvecio Braga.

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