quarta-feira, 24 de abril de 2013

CONHECENDO A IDENTIDADE DAS PESSOAS - Parte 1



   Há uma frase que diz: "Quem é não precisa provar que é. Mas quem não é vive tentando mostrar aos outros algo que não é." Meus amigos, este é um texto que tem a motivação de evidenciar como funciona a mente dos seres humanos para as pessoas que precisam identificar atitudes diversas e relacioná-las com a real intenção da pessoa que as está praticando. Talvez ele sirva até para que a própria pessoa descubra os motivos pelos quais está tomando certas atitudes que antes não tomava, no caso de a mesma estar passando por problemas do tipo crise de identidade ou algo semelhante.
   É um texto profundo, pois irá explorar questões sentimentais e psicológicas que estão relacionadas com a forma com que as pessoas se relacionam umas com as outras. Podemos perceber claramente como funciona o comportamento humano quando investigamos a fundo o assunto e temos por base algumas variáveis que evidenciam as relações interpessoais e suas reais motivações.
   O que queremos analisar, no âmbito da sinceridade humana e das intenções que se tem ao praticar determinadas atitudes em relação aos outros seres humanos, é que o comportamento do homem e da mulher é, em grande parte, determinístico, ou seja, é previsível.  Quando se diz que um comportamento é determinístico, isso significa que, tendo por base certas premissas, ele pode ser determinado com certa precisão. Ou seja, caso as variáveis, parâmetros ou situações iniciais sejam as mesmas, as atitudes da pessoa serão praticamente as mesmas. Traduzindo, poderíamos dizer assim: se uma pessoa tiver determinadas intenções (corretas, por exemplo), ela irá agir de maneira correta, sensata, ponderada, sem querer criar situações onde ela tentará provar que está certa, pois isso é algo desnecessário a ela. Ela simplesmente irá agir motivada pelas intenções corretas, praticando as atitudes correspondentes.
   Penetrando mais profundamente no cérebro humano, vamos analisar as seguintes questões. O ser humano normal, que tem pleno domínio de suas faculdades mentais, age seguindo determinados princípios. Um deles é o de que existe um motivo para toda e qualquer atitude que é praticada. Mesmo as crianças agem impulsionadas por algum motivo. Um bebê chora porque está com fome, ou porque sente medo, ou porque quer chamar a atenção. Porém, não vai chorar se não houver algum motivo para isso. Um filho sorri para o pai quando fica feliz por um presente que ganhou. Uma filha fecha a cara para a mãe quando a mesma não a deixa ir a uma festa, por exemplo. Um jovem se fecha em si mesmo quando não consegue se relacionar bem com os seus colegas e amigos, ou quando sente ou imagina que não é aceito no seu meio social. Um homem batalha de forma determinada para sustentar sua família porque tem valores nobres e princípios que aprendeu desde criança. Enfim, todas as atitudes tem um motivo para serem praticadas.
   O determinismo que pode ser observado nas atitudes tem mão inversa, ou seja, se uma pessoa está praticando determinadas atitudes, é muito provável que as motivações dela sejam previsíveis. Desta forma, podemos estudar e compreender melhor quem são as pessoas observando as atitudes praticadas por elas. Isso significa estudar a alma humana ou o caráter humano com base nas atitudes constantemente praticadas por determinada pessoa. Por exemplo, se um homem é honesto, ele deverá ter uma conduta correta no âmbito profissional. Essa é a mão direta da análise. Do mesmo modo, o inverso é provável, ou seja, todo homem que tem uma conduta profissional correta é, provavelmente, honesto. Essa é a mão inversa da análise. Existem algumas frases, adágios populares e versículos bíblicos que ilustram bem essa realidade. Por exemplo: "Pelos frutos se conhece a árvore."; "Uma árvore má não pode dar bons frutos, nem uma árvore boa dar frutos maus."; "Diga-me com quem andas que lhe direi quem és."
   A prática de nossas atitudes é sempre motivada por questões que habitam nosso interior e que foram sedimentadas nesse lugar. As motivações são a fonte da razão pela qual praticamos tais atitudes. E essa razão é alimentada pelas ações que praticamos e pelas reações que recebemos das pessoas com as quais nos relacionamos. Um ladrão, por exemplo, pratica o crime porque dentro dele existe uma razão para isso, ainda que totalmente incorreta. E essa razão não é impressa em seu interior do dia para a noite, ela vai sendo construída pelas ações e reações que se cruzam diariamente. Ele se torna um ladrão explicitamente após ter praticado vários atos incorretos, porém, menos graves, anteriormente. Quando ele era bebê certamente era inocente, porém, com o passar do tempo, vários conceitos foram impressos em seu interior, através de ações e reações suas e das pessoas próximas dele que cumularam em torná-lo um praticante de atitudes infracionais, tornando-o um meliante e um ladrão. Após um bom tempo mantendo as ideias incorretas em sua mente, ele consolidou motivações interiores de que seria um ladrão. E, tal qual, estas motivações o impeliram a praticar as atitudes que um ladrão pratica. 
   Sim, senhoras e senhores, é exatamente desta forma simples e clara que funciona o comportamento humano. Evidentemente, estamos analisando a situação de forma geral e não específica. Isso significa que existem inúmeras exceções e casos muito peculiares. Porém, de forma geral e bem determinística, é exatamente assim que as pessoas agem. Por exemplo, o ladrão citado pratica atitudes motivadas por suas convicções incorretas, que todo ladrão possui. Um homem honesto pratica, por outro lado, as atitudes corretas motivadas pelas boas convicções e princípios corretos existentes em seu interior. É assim que funciona.

Helvécio

-- continuação em texto posterior

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