Existe sim. Desde que a pessoa ou o veículo de comunicação ou quem quer que seja não se manifeste de forma alguma. Desde que fique calado. Desde que não haja nada escrito. Desde que não haja nenhum som apontando para nenhuma direção. Desde que as pessoas não sejam conduzidas sutil ou expressamente a fazer isso ou aquilo. Desde que, ao ouvir determinada opinião dita parcial, as pessoas não se sintam compelidas a seguir isso ou aquilo por ter sido aquela pessoa ou aquele veículo que o disse ou fez.
Qualquer opinião é parcial. Qualquer comentário é obrigatoriamente parcial. É impossível emitir uma opinião, seja ela qual for, sem estar de um lado da história. Essa história de imparcialidade simplesmente é nula. E podemos, não só afirmar, mas comprovar através de argumentos muito fortes.
Vejamos: ao noticiar o sofrimento de crianças na África, determinado repórter diz-se chocado com a miséria e o abandono daquelas crianças por parte do governo local. Fato: abandono do governo local. Ser parcial, nesse caso, é concordar e afirmar que o governo omitiu-se e noticiar o fato mostrando o lado negativo do governo. O fato é noticiado evidenciando a negligência do Estado. Ser imparcial, nesse caso, seria apenas noticiar o fato do abandono das crianças e a miséria e fome em que elas vivem, sem mencionar a causa ou o motivo pelo qual tal fato ocorreu. Senão, vejamos: o governo poderia ser parcial, por outro lado, e mostrar estatísticas evidenciando que, apesar de ainda haver miséria e fome, estes índices diminuíram desde o governo passado. Neste ponto, temos dois lados, ou seja: duas partes. Houve parcialidade do lado da imprensa e houve também por parte do governo. E quem está correto? Isso vai depender da interpretação que cada um souber fazer.
Os meios de comunicação são mantidos pela verba de patrocínio que recebem de seus investidores. E todo meio de comunicação possui um grupo pequeno de grandes investidores em marketing. E essas corporações, sendo capitalistas, visando lucro e desenvolvimento, possuem seus próprios interesses. E, evidentemente, uma grande empresa, ao investir em um determinado meio de comunicação, não permitirá que aquele meio divulgue fatos que venham a prejudicar tal empresa. Isso seria o mesmo que atirar no próprio pé. Portanto, neste momento já temos o impedimento de tal meio de comunicação de ser imparcial em relação àquela empresa. O meio só poderá contar com o patrocínio de tal empresa caso não noticie fatos prejudiciais a ela. É necessário evidenciar mais fatos? Poderíamos citar apenas o patrocínio de grandes empresas em esportes. Podemos afirmar, sem medo de errar, que a divulgação do esporte na mídia só é possível graças aos imensos investimentos de companhias privadas.
É a coisa mais fácil de se perceber. Só não vê, quem não quer. Imparcialidade? Conte outra história! Mas que seja realmente imparcial, por gentileza!
Helvécio
Qualquer opinião é parcial. Qualquer comentário é obrigatoriamente parcial. É impossível emitir uma opinião, seja ela qual for, sem estar de um lado da história. Essa história de imparcialidade simplesmente é nula. E podemos, não só afirmar, mas comprovar através de argumentos muito fortes.
Vejamos: ao noticiar o sofrimento de crianças na África, determinado repórter diz-se chocado com a miséria e o abandono daquelas crianças por parte do governo local. Fato: abandono do governo local. Ser parcial, nesse caso, é concordar e afirmar que o governo omitiu-se e noticiar o fato mostrando o lado negativo do governo. O fato é noticiado evidenciando a negligência do Estado. Ser imparcial, nesse caso, seria apenas noticiar o fato do abandono das crianças e a miséria e fome em que elas vivem, sem mencionar a causa ou o motivo pelo qual tal fato ocorreu. Senão, vejamos: o governo poderia ser parcial, por outro lado, e mostrar estatísticas evidenciando que, apesar de ainda haver miséria e fome, estes índices diminuíram desde o governo passado. Neste ponto, temos dois lados, ou seja: duas partes. Houve parcialidade do lado da imprensa e houve também por parte do governo. E quem está correto? Isso vai depender da interpretação que cada um souber fazer.
Os meios de comunicação são mantidos pela verba de patrocínio que recebem de seus investidores. E todo meio de comunicação possui um grupo pequeno de grandes investidores em marketing. E essas corporações, sendo capitalistas, visando lucro e desenvolvimento, possuem seus próprios interesses. E, evidentemente, uma grande empresa, ao investir em um determinado meio de comunicação, não permitirá que aquele meio divulgue fatos que venham a prejudicar tal empresa. Isso seria o mesmo que atirar no próprio pé. Portanto, neste momento já temos o impedimento de tal meio de comunicação de ser imparcial em relação àquela empresa. O meio só poderá contar com o patrocínio de tal empresa caso não noticie fatos prejudiciais a ela. É necessário evidenciar mais fatos? Poderíamos citar apenas o patrocínio de grandes empresas em esportes. Podemos afirmar, sem medo de errar, que a divulgação do esporte na mídia só é possível graças aos imensos investimentos de companhias privadas.
É a coisa mais fácil de se perceber. Só não vê, quem não quer. Imparcialidade? Conte outra história! Mas que seja realmente imparcial, por gentileza!
Helvécio
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