Muitas coisas são ditas de uma forma que parecem verdade. Verdade, vírgula. Muitas dessas coisas não são verdadeiras. O problema é que as pessoas acabam aceitando como se fossem verdades. Simplesmente pelo fato de ser mais cômodo. Também por não se dedicarem a pesquisar sobre a veracidade dos fatos.
Nossa opinião é algo que tem conteúdo dinâmico, na maioria das vezes. Apenas em relação àqueles conteúdos que consideramos absolutos é que não permitimos mudanças. Mas, na maioria dos demais assuntos, estamos sempre aprendendo. E aprender nem sempre significa acrescentar conhecimento a determinado conteúdo já existente em nosso cérebro. Às vezes, aprender significa jogar fora, expurgar algo que estava conosco há anos e nos fazia mal, mas não sabíamos ou não havíamos atentado para isso.
Afirmar algo sobre a verdade é sempre polêmico, pois, há um dito popular que é muito correto: "Em cada cabeça, uma sentença." Porém, existem determinados conceitos que são favoráveis e outros que são prejudiciais ao ser humano. E, neste caso, podemos afirmar que é verdade que os conceitos favoráveis são benéficos. E, obviamente, os prejudiciais são maléficos. Esta é uma das definições desses dois termos.
Portanto, lancemos algumas afirmações que são práticas comuns em nossa vida e são tidas como aconselháveis. Primeira:"Todo mundo faz, então eu vou fazer também (no trânsito, furar fila, etc)." Totalmente errado. Esta prática demonstra falta de personalidade ou então uma personalidade enganosa por decisão própria. Quem faz por não querer ser excluído está sendo covarde e está colaborando para que a justiça não tenha que ser justa. Segunda: "Deixa pra fazer na última hora, porque ainda temos muito tempo." Errado. Os alunos que chegam mais cedo na escola são, em geral, os que moram mais longe. Por quê? Porque sabem que gastarão mais tempo para chegar, então levantam, aprontam-se e saem mais cedo, enquanto que os que moram mais perto se acomodam. Nossa mente nos leva a sermos maus gerentes de nosso tempo. E isso é a causa maior da procrastinação, que é a prática cíclica do "depois eu faço". Terceira: "Já venci, então não preciso lutar mais." Muito errado. Ao vencermos, nossa mente faz uma certa pausa, um certo descanso no processo de preparação para a vitória, uma vez que ela foi alcançada. Porém, não devemos nos esquecer de que, só conquistamos a vitória pelo fato de termos nos preparado. E é muito mais fácil quem está no alto cair do que quem está no baixo subir. Para manter uma situação vitoriosa, deve-se trabalhar tanto ou mais que quando se prepara para vencer. Quarta: "Já me formei, então agora não preciso me dedicar tanto aos estudos". Engano. Há uma frase que diz: "Em uma sociedade baseada no conhecimento, por definição, temos que ser estudantes a vida toda." Quinta: "Não vou ser honesto, pois até o governo mente e engana". Idêntica à primeira. Se não somos honestos, que autoridade e legitimidade temos para cobrar uma postura ética e correta de quem quer que seja? A maioria diz: mas quem está no poder são eles! Grande engano! Tanto nós quanto eles estamos em posições onde se requer uma postura correta. O pré-requisito número um para se atirar a primeira pedra é nunca ter pecado. Não nos esqueçamos disso! Quando vamos exigir algo, sentimos a necessidade de que algo correto seja praticado. Mas, quando estamos dentro da prática, não a honramos.
Essas são apenas algumas afirmações sobre as quais precisamos refletir de forma bem internalizada. Precisamos deixar que elas penetrem em nós de forma lenta, como um alimento que vai ser digerido. Nossa sociedade precisa de pessoas que sejam corajosas. Que topem a parada. Que tenham brio e honra para dizer: "É assim mesmo, vírgula!"
Helvécio
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