Há uma frase que diz: "Se uma idéia é boa, ela pode sobreviver à derrota. Mas, se ela é mesmo boa, ela pode sobreviver ate à vitória." Vamos refletir na profundidade dessas duas afirmações.
Quando uma pessoa está enfrentando um desafio, seu objetivo principal é conquistar uma vitória. Imaginemos que, para alcançar tal objetivo, essa pessoa esteja desenvolvendo uma idéia, a qual será a linha mestra para se buscar a conquista. Caso essa pessoa sinta o sabor da derrota e a idéia seja boa, esta não irá morrer por não ter sido vitoriosa. Ela irá sobreviver para ajudar a pessoa a tentar novamente em outra oportunidade. Porém, em caso de derrota e a idéia não seja boa, ela irá morrer para dar lugar à outra idéia, provavelmente melhor.
Porém, caso a pessoa obtenha a vitória, há duas possibilidades. Se a idéia não for tão boa, ela irá morrer após ter sido utilizada para alcançar tal intento. Isso lhe parece uma incoerência? Mas não é! Veja bem: tente lembrar quantas idéias sumiram após terem sido vitoriosas? Quantos homens ficaram no esquecimento após atingirem o ápice em algum ponto de suas vidas? Quantos jogadores de futebol morreram pobres, após anos dando alegrias a seus torcedores? Quantos políticos deixaram de existir na mídia e na boca das pessoas, após passarem anos sendo o alvo da busca diária de novidades? O mesmo ocorre com as idéias. Uma idéia que leva alguém a uma vitória pode cair no total esquecimento pouco tempo após a vitória ser alcançada. Mas, caso essa idéia sobreviva mesmo após isso acontecer, ela é, com certeza uma idéia excelente! Sobreviver após a vitória é algo extremamente difícil, pelo simples fato de que, após a vitória, encerrou-se um ciclo. Tudo recomeça. Fatos tornam-se velhos e somem para dar lugar a outros novos. Portanto, caso haja uma idéia que se mantenha na superfície mesmo após alguém ter obtido uma vitória, isso significa que tal idéia tem em si adjetivos que a tornam mais que algo relativo.
O confronto derrota versus vitória é algo que povoa a mente de todas as pessoas que pensam em desafios e conquistas. E esse universo contempla todas as pessoas que sonham. Isso porque, a partir do momento em que sonhamos, definimos certos alvos menores que irão levar a um alvo maior. O caminho a ser percorrido até chegar em cada um dos alvos menores define cada batalha que travamos. E, ao final de toda batalha, só existem dois resultados pra quem luta: derrota ou vitória. Na mente de um derrotado, em geral, passam dois pensamentos: desistir ou tentar novamente. E na mente de um vitorioso, quais são os pensamentos possíveis? Sem dúvida nenhuma são três: prosseguir rumo à próxima conquista ou uma satisfação apaziguadora ou então uma depressão pelo vazio causado pela vitória. Pensar na próxima conquista é algo totalmente normal. Sentir paz e satisfação por ter vencido, também o é. Mas, o quê? Que absurdo! Como pode uma pessoa vitoriosa sentir-se depressiva após derrotar seu inimigo? Pasmem os senhores e senhoras! É perfeitamente possível.
Há uma história Bíblica que ilustra muito bem isso. O profeta Elias, após ter derrotado de forma estrondosa e brilhante os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, isolou-se em uma caverna. Sua mente foi bombardeada por uma consciência tamanha que ele só se deu conta da imensidão do feito que havia conseguido após tê-lo realizado. Quando atingimos uma conquista muito grande, é perfeitamente possível que, no calor da batalha, estejamos apenas lutando de forma totalmente focada, concentrada, objetiva, o que é correto e perfeitamente normal. Porém, quando nos damos conta da grandeza da vitória que conseguimos atingir, só então vislumbramos qual era o tamanho do inimigo que enfrentávamos e qual teria sido a dimensão da batalha.
Nesse momento chegamos a uma conclusão muito importante: quão pequenos somos? E como dependemos de uma força muito maior que nós para vencermos as batalhas que travamos? E, ao mesmo tempo, quão perfeitos somos, para comportar, ter e suportar dentro de nós tal força que nos impele, motiva, leva e realiza tais conquistas? Somente Deus poderia ter construído um ser tão complexo. O que poderia ser melhor que qualquer vitória? O simples fato de que nós, seres humanos, temos essas capacidades que nos foram dadas gratuitamente, de forma divina!
Helvécio
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