Quando
a
maioria
dos
brasileiros
viviam
no
meio
rural,
bem
antes
das
cidades
serem
centros
desenvolvidos,
organizados,
com
toda
a
estrutura
administrativa,
econômica
e
política
que
existe
hoje,
nem
de
muito
longe
se
imaginava
que
a
urbanização
pudesse
chegar
ao
ponto
que
estamos.
A
mente
das
pessoas
estava
concentrada
em
valores
ignorados hoje.
Elas
tinham
tempo
de
sentir
o
ar
puro,
dormiam
cedo,
faziam
várias
tarefas
braçais,
visitavam
os
vizinhos
nas
outras
fazendas,
conversavam
calmamente
sentadas
na
caldeira
do
alpendre,
criavam
vários
filhos,
dando
a
atenção
que
cada
um
deles
precisava,
cultivavam
a
terra,
plantando
a
semente
e
esperando
o
fruto
crescer
e
amadurecer
para
ser
colhido.
Especificamente
no
Brasil,
o
êxodo
rural
aconteceu
de
maneira
mais
intensa
a
partir
da
década
de
1950.
Segundo o IBGE, em
1940,
a
população
urbana
era
de
cerca
de
apenas
30%
dos
brasileiros.
Em
1970,
esse
número
já
era
de
cerca
de
55,9%.
O
desenvolvimento
industrial
alavancou
a
ida
da
população
para
as
cidades.
De
acordo
com
o
Censo
de
2000,
a
população
urbana
era
de
81,2%.
Já,
no
último
Censo,
em
2010,
os
moradores
das
cidades
já
são
84,3%.
Esses
números
trouxeram
a
tiracolo
vários
outros
que
alteraram
o
panorama
brasileiro
de
qualidade
de
vida.
A
quantidade
de
filhos
por
lar
diminuiu,
a
mulher
passou
a
ter
influência
e
participação
direta
no
mercado
de
trabalho,
o
Brasil
industrializou-se,
os
aparelhos
eletro-eletrônicos
trouxeram
um
estilo
de
vida
totalmente
diferente
aos
lares
e
as
diversas
mudanças
sociais
permitiram
que
as
drogas
e
a
violência
invadissem
com
força
o
seio
das
famílias.
O
retrato
atual
da
situação
brasileira
é
extremamente
triste.
Até
em
cidades
médias
o
índice
de
violência
tem
crescido
de
forma
assustadora.
Em
Anápolis,
por
exemplo,
o
número
de
homicídios
cresceu
cerca
de
75%
em
2012,
sendo
registradas
mais
de
153
mortes.
Em
2011
esse
número
foi
de
86,
segundo
a
Secretaria
de
Segurança
Pública.
Evidentemente
que
a
cidade
tem
crescido
em
número
de
habitantes,
porém,
esse
índice
é
muito
menor
do
que
o
do
crescimento
da
violência.
Portanto,
deve
ser
estudado
o
fenômeno
que
tem
ocorrido
e
que
é
o
principal
causador
desse
desequilíbrio
social.
É
sabido
que
esta
circunstância
do
mergulho
de
muitas
crianças
e
adolescentes
no
mundo
das
drogas
é
um
reflexo
da
realidade
interior
dos
lares,
nos
quais
o
diálogo,
o
carinho,
a
conversa,
a
proteção,
o
acompanhamento
paternal
e tantos outros fatores desapareceram. Além disso, a inércia de
muitos pais, imaginando que tal evento não irá acontecer em suas
casas, permite que essa praga se alastre ainda mais. Aliado a isso
tudo, existe a questão governamental, na qual as administrações
públicas não conseguem conter o avanço das quadrilhas e dos
traficantes que se alastram principalmente nas periferias das
cidades.
Diante
deste quadro horripilante, o que nós, brasileiros, devemos fazer?
Com certeza a atitude correta não deve ser a que mais tomamos, que é
ficar passivos diante de tudo isso. Por incrível que pareça, apesar
de todos esses índices terríveis, o fato de estarmos fechados em
segurança dentro de nossas casas nos traz uma falsa imagem de
proteção, o que nos leva a acreditar que não precisamos nos
preocupar tanto com isso. É necessário que façamos uma reflexão
mais profunda a respeito do assunto. Com certeza não desejamos que a
violência cresça em nossas cidades, muito pelo contrário. Porém,
para isso, precisamos, antes de tudo, nos unir como sociedade. Após
isso, discutir com as famílias mais atingidas o problema, unir as
polícias na questão, o governo e a sociedade organizada. As
atitudes mais veementes surgirão, com certeza, de toda essa
articulação humana. Mesmo que elas não tragam resultados em curto
prazo, a médio e longo prazo haverá respostas e desejamos que sejam
definitivas.
Helvécio
Nenhum comentário:
Postar um comentário