Penso que as pessoas se preocupam demais com o que é belo, principalmente com a beleza estética. Isso é um ciclo vital finito, que sempre começa na adolescência, com a pele esticada e bonita, e termina na meia idade, com o aparecimento das rugas e dos cabelos grisalhos. As pessoas não passam de meros objetos de contemplação visual e artificial. Ao atingir a meia idade, uma pessoa é naturalmente descartada e substituída por outra que esteja entrando no grupo dos potencialmente ou realmente belos. E essa pessoa que entra nessa lista ficará até ser substituída por outra. Isso não tem fim, é um ciclo que se repete geração após geração. E, mesmo assim, as pessoas não conseguem se livrar da admiração da beleza, do que é belo, pois isso lhes parece fazer bem, tanto aos olhos quanto à alma. Porém, a alma necessita bem mais que isso. Ela é exigente, é detalhista, é profunda, é carente, é finita, limitada. Ela precisa mesmo é que vejamos os nossos semelhantes com os olhos que Deus os vê.
É por isso que tantas pessoas continuam vazias, mesmo sendo belas ou mesmo se relacionando com pessoas belas. Elas tem apenas isso, o que os olhos vêem. Mas suas almas estão clamando por um calor emocional e espiritual, que só a presença do Espirito Santo na vida de uma pessoa pode preencher. Ele é conhecido como o consolador, aquele que Jesus enviou quando deixou este mundo. Quando permitimos, este doce Espírito nos leva aos pastos verdejantes, refrigera a nossa alma e prepara uma mesa para nós na presença de nossos inimigos.
Com a enorme quantidade de teorias e práticas emocionais e espirituais existentes hoje, as pessoas que não tem uma base de formação bem sólida, acabam cedendo a várias teorias e se perde em meio a elas, não sabendo, no final, o que e a quem seguir e servir. O culto ao corpo, a busca de um deus dentro de si próprio, a deusificação do homem, a indiferença com os conceitos cristãos que são benéficos às pessoas há vários séculos e tantas outras questões são colocadas na mesa contemporânes e fazem com que as pessoas relativizem tanto conceitos que já se tornaram absolutos e isso cria uma sociedade sem referências fortes. E o mais preocupante nisso tudo é a realidade na qual mergulharão as próximas gerações, que já cairão dentro de um cenário todo montado com engrenagens extremamente aceleradas, com conceitos dinâmicos, muito voláteis e com pessoas desprovidas de base moral, familiar e valores perdidos.
O papel de nós, homens e mulheres nesta sociedade hodierna é tão importante que muito do futuro de nossos filhos e netos dependerá de nossas atitudes. O simples fato de educarmos bem nossos filhos pode ser muito importante para a sua prole e sua descendência. Um valor importante, porém omitido a uma criança, pode se perder em poucos anos. E é isso que o sistema social secular quer que seja infiltrado no seio das famílias, para que estas se tornem cada vez mais dissolvidas, desunidas. E é contra isso que temos que lutar.
Um dos conceitos mais importantes que sabemos é o amor. Porém, o amor, no contexto humano, só pode existir se a vida em comunidade, mantendo os relacionamentos sociais sadios, for preservada. Afora isso, o amor não existe, pois a essência humana irá se perder, permitindo aos seres humanos que produzam seres humanos cada vez mais desumanos, que não sabem respeitar o próximo, não sabem amar o semelhante, não sabem auxiliar os mais necessitados, não sabem reconhecer os valores dos outros etc.
Enfim, o que precisamos entender é que vivemos em um tempo que é muito mais do que presente. É um tempo presente e urgente de se estabelecermos laços sociais e familiares cada vez mais estreitos, mais fortes. São eles que irão manter fortes as famílias, os amigos, os companheiros de trabalho, as relações paternais, conjugais e fraternas. Pois bem, começamos este texto falando de beleza, depois falamos de preencher a necessidade da alma. E, finalmente, estamos falando de uma sociedade que precisa redescobrir seus verdadeiros valores. Depois que essa última coisa acontecer, as outras duas virão por tabela. Aí, será algo realmente belo e nossa alma irá sorrir alegremente.
Helvécio
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