Todo ser humano deveria desenvolver algumas de suas capacidades natas. A inteligência, por exemplo, é algo que foi dado por Deus para nos impulsionar a ser muito mais do que meros animais bípedes, que andam eretos e tem o polegar opositor. E é ela que nos leva a pensar em várias capacidades que temos e que muitas vezes não damos o devido valor que merecem. Vamos analisá-las, então.
A visão, tida como bem mais do que basicamente a capacidade de enxergar aquilo que sensibiliza a nossa retina, é uma das faculdades que precisamos desenvolver. Uma pessoa que não desenvolve a visão está fadada a viver décadas considerando as mesmas coisas do mesmo jeito, acreditando nas mesmas teorias, dizendo as mesmas palavras, respondendo algumas questões com as mesmas respostas, tendo a mesma percepção de mundo e com as tendências a não mudar de opinião com facilidade. Porém, quando desenvolvemos nossa capacidade de enxergar os fatos, muitas transformações acontecem. Por exemplo, precisamos comparar o que enxergamos com o que os outros enxergam. Talvez outras pessoas enxerguem de modo diferente de nós. Se formos irredutíveis e conservadores, tenderemos a acreditar que os outros todos estejam errados e nós sejamos os certos. Porém, isso, por si só, já é usar a visão de forma incorreta. Precisamos aprender a enxergar tão bem que até poderemos confirmar a certeza de que estamos vendo as coisas do modo certo, porém, antes disso, precisamos ampliar o nosso campo de visão. Este é o primeiro ponto.
O segundo ponto é derivado do primeiro. A nossa forma de compreender as coisas começa na forma como raciocinamos sobre determinados assuntos. E o raciocínio começa no pensamento. Se não pensarmos sobre determinado fato, nada raciocinaremos sobre ele. Logo, não teremos nenhuma conclusão sobre tal coisa. É por isso que determinadas pessoas não tem uma opinião formada sobre algum assunto, porque não pensam sobre o mesmo. O pensamento significa passar um bom tempo lembrando fatos, tentando buscar soluções para um problema, deixando que imaginações, lembranças, desejos, vontades e inúmeros elementos relacionados àquele assunto visitem nossa mente, no intuito de permitir que todos esses componentes sejam como que participantes de uma reunião, na qual todos podem falar ao mesmo tempo, ou não, sendo que o importante é esses elementos darem contribuições importantes para o entendimento que fazemos sobre aquele determinado assunto. Podemos dizer que é literalmente uma tempestade de ideias, que acontece para que possamos ampliar nossa capacidade de entender tal assunto. Uma pessoa que não permite essa chuva de ideias, não irá pensar sobre esse assunto, e o mesmo será como algo proibido, que não encontra guarida em nossa mente. Ou seja, estaremos fechados para conversar sobre este tema. O pensamento é a primeira fonte de aprendizado sobre um assunto específico sobre o qual desejamos compreender melhor.
O próximo ponto está intimamente relacionado ao anterior. A reflexão é o exercício livre e organizado de buscar e trazer memorias de pensamentos que, após irem e virem do território de nossa mente, permaneceram nela como formas de enxergar a questão de forma sensata e recomendável. Primeiro vem a tempestade de ideias. Depois da tempestade, as ideias que permaneceram na praia são aquelas que não foram tragadas de volta pelas ondas. São, portanto, as melhores ideias e devem ser consideradas para fazer parte de nossas reflexões. Logo, ao refletirmos, pensamos e repensamos sobre estas ideias, tentando encontrar caminhos que nos permitam compreender, cada vez melhor, o assunto sobre o qual estamos debruçados no intuito de aprender e apreender.
O passo seguinte é, também, o resultado do anterior. Toda e qualquer conclusão a que chegamos é baseada em reflexões feitas por um bom tempo. Ao refletirmos, buscamos respostas, caminhos, pontes, soluções. E, após encontrar estes elementos, surgem, à nossa frente, as conclusões. São elas que irão disparar atitudes futuras. São elas que irão nos motivar a mudar de opinião, ou sedimentar opiniões já formadas. São as conclusões que nos farão ter mais certeza sobre determinado assunto, ou então, duvidar ainda mais do mesmo. São as conclusões que nos farão aproximar de determinadas questões, de determinadas situações ou conflitos. E são elas que causarão as transformações de que tanto necessitamos. Sem conclusões, não há para onde ir ou de onde vir, não há horizonte, não há uma opinião formada, não há o certo e o errado, não há o antes e o depois, não há o sim e o não. E estes extremos precisam existir em nossas vidas, pois são eles que nos movem diariamente a praticar ou não aquilo que preenche a nossa vida. E viver é exatamente isso, tomar atitudes. Nossa vida pode ser resumida em, basicamente, dois momentos distintos: aquele no qual estamos vendo, pensando, refletindo e concluindo sobre algo, e o outro, aquele no qual estamos agindo com base nas conclusões encontradas no momento oposto. Viver é concluir, e para isso precisamos refletir. Porém, antes disso, devemos pensar. E só pensa quem vê. E só tenta ver aquele que não se considera o dono da verdade. E essa é a melhor conclusão a que podemos chegar. Portanto, vejamos bem!
Helvécio
Esse seu texto ficou muito claro e interessante.Gostei muito do último trecho onde você fala que :"Viver é exatamente isso, tomar atitudes. Viver é concluir, e para isso precisamos refletir. Porém, antes disso, devemos pensar...".
ResponderExcluirValeu ,estava precisando ouvir isso!!!!Vou anexar na minha geladeira !(E usar como mantra,kkkkk!!!!)