Análise é a divisão de algo complexo para melhor compreensão de cada parte. Síntese é a convergência de várias coisas conjuntas para um entendimento comum de elementos similares.
Se fizermos a análise de nosso lado emocional, encontraremos vários aspectos interessantes. Podemos definir a nossa alma ou coração como sendo a sede de nossas emoções, desejos e vontade. Uma análise desses elementos nos trazem: sensibilidade, sentimentos, capacidade de se apaixonar e odiar, vontade, desejo de crescer, tristeza, alegria, respeito, compreensão, paciência, desânimo, desinteresse, indiferença, esperança e o amor.
Todos esses valores são implantados em nós de diversas formas. Podemos crer que alguns deles nos são transmitidos geneticamente, como que copiando nossos pais. Mas a parcela que compete a nós de formatar essa personalidade é muito grande. Nossa mente, nosso raciocínio, nossa compreensão vão assimilando e edificando todos esses valores dentro de nós, como que se construindo a nossa residência interior. Isso é a formação do que denominamos de coração, a parte sentimental que há em nós.
Esse processo se dá consciente e inconscientemente. As relações interpessoais são um canal onde existe uma troca de informações, sentimentos e é nessa relação que vamos construindo os valores internos. A soma daquilo que herdamos de nossos pais com o que ouvimos, lemos, vemos, sentimos e aprendemos de forma geral é processada internamente. Essa operação fabrica dentro de nós a nossa personalidade e nosso temperamento, que definem nosso estilo de vida. Dessa operação surge também algum lixo emocional do qual jogamos fora uma parcela com o tempo. Outra parte vai nos acompanhando durante a vida. Em determinados momentos passamos por momentos em que esse lixo vem à tona e nos atrapalha fortemente. Enquanto não aprendemos a lançá-lo fora, definitivamente, volta e meia ele nos atrapalha.
A formação de nossas emoções se processa principalmente em nossa infância. Nessa etapa, somos como uma folha de papel em branco. Os ensinamentos de nossos pais, dos professores, dos parentes, dos amigos vão sendo escritos nessa folha. E podemos afirmar que tudo o que é escrito jamais é apagado. Pode ser modificado, rasurado, porém apagado, dificilmente. E a história de nossa vida vai sendo escrita dessa forma. Dois lados de nosso ser vão sendo definidos e construídos nessa etapa: a emoção e a razão.
Em toda a nossa vida iremos nos deparar com essa ambiguidade: emoção ou razão? Ambas se completam e ao mesmo tempo se combatem. Há situações onde a emoção nos impele e a razão nos condena. Qual delas devemos ouvir? A emoção nos leva a perceber, sentir, agir de forma mais subjetiva. A razão é nosso conselheiro profissional, calculista, que quer nos levar a ser frios e objetivos. Pensar sempre nos prós e contras, sem atentar para o que sentimos enquanto agimos. Essa "guerra" interna sempre irá ocorrer.
Há pessoas extremamente emocionais, que simplesmente agem enquanto sentem algo. Sempre deixam pra pensar depois da atitude. Em alguns casos acertam, mas na maioria acabam se prejudicando. Por outro lado, pessoas extremamente calculistas, racionais, tendem a ser muito frias e acabam perdendo a sensibilidade e tendem a ser mais individualistas, fato que pode afastar amizades. O ideal é que haja um equilíbrio entre esses dois aspectos.
A Bíblia diz: "...sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, pois dele procedem as fontes da vida..." (Provérbios 4.23). Isso é muito importante, pois o nosso coração é muito traiçoeiro. Nossa razão é traída pelas nossas emoções dependendo de como elas são atingidas. Temos que analisar nossos pontos fracos nessa questão. Guardar nosso coração seria evitar que nossa alma fique exposta a determinados "ataques" emocionais, os quais podem nos atingir no calcanhar de aquiles. E isso seria uma porta para a fonte da vida que foi dita acima. E abrindo essa porta, nosso interior fica vulnerável. E, uma vez alojado em nosso interior, esse elemento estranho pode causar danos terríveis, os quais produzirão muito lixo emocional, difícil de ser jogado fora. É por isso que devemos cuidar desse tesouro que temos em nossas vidas.
Enfim, sintetizando a questão emocional que temos dentro de nós, digo que temos duas fases: a infantil e pré-adolescente, na qual temos a principal formação das emoções; e a adulta, onde vamos agir, decidir, praticar de forma sedimentada aquilo que aprendemos e construímos na fase anterior. Essa última fase é aquela onde comprovamos se a primeira foi bem realizada. Se não tiver sido, enfrentaremos momentos onde iremos precisar, indubitavelmente de uma cura interior, a cura para nossas emoções. Mas essa já é uma outra história. Sucesso!
Helvécio
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