Conhecer uma pessoa sem nenhuma ambição, estática diante da vida, sem vontade de crescer pessoal ou profissionalmente é algo muito triste. Isso mostra que o sonho acabou, que não há ousadia diante dos desafios da vida, que a inércia ganhou terreno e que as conquistas certamente não virão enquanto o estado dessa criatura continuar assim.
Porém, encarando o oposto dessa situação, vamos nos deparar com algo talvez muito mais sério ainda. Há pessoas que parecem ter nascido para competir ou querer dominar. A ambição, a ousadia, a vontade de arriscar, tudo isso corre nas veias desse indivíduo. Esses ingredientes, quando existem de uma forma equilibrada na vida de uma pessoa fazem com que ela seja sempre conquistadora. Porém, quando passam dos limites, a deixam insensível, calculista e fria.
Há uma frase que diz: "Se você quer conhecer mesmo uma pessoa, dê-lhe poder e liberdade e verá realmente quem ela de fato é." Realmente, quando alguém começa a ter uma sede demasiada de poder, ela perde a noção do que e de quem está à sua volta. Passa a conquistar novos degraus a qualquer custo. Não se preocupa com seus colegas e muitas vezes esquece os amigos e semelhantes. O foco da pessoa passa a ser unica e exclusivamente o alvo de poder a ser dominado. Existem inúmeros filmes que retrataram essa realidade como, por exemplo, os do agente 007 (James Bond), onde o mocinho sempre tem que impedir a tomada de poder por algum lunático que quer destruir o mundo. Em nossas realidades cotidianas, não é muito diferente. Meios de comunicação lutando pelo primeiro lugar em audiência, artistas batalhando pra ver quem aparece mais, empresas brigando pelo primeiro posto no mercado, países batalhando para encabeçarem as listas de poder mundial.
O homem é assim quando incentivado a o ser. Desperta no seu interior a sede de disputa. A um certo nível isso é saudável, para que haja concorrência pessoal e profissional, que haja um favorecimento de clientes que compram determinado produto ou serviço. Porém, a disputa ferrenha por poder, pelo primeiro lugar, pode gerar uma obsessão que causará a falência dessa pessoa como ser humano, e o transformará em uma pessoa quase transformada em máquina, sem sentimentos e executando atividades repetitivas na ânsia de tornar-se mais e mais poderosa.
Espero que possamos acordar enquanto é tempo e reagir contra essa corrente que só valoriza o primeiro lugar, o sucesso precoce, as conquistas mais marcantes do país e do mundo. Pensemos também que ter sucesso é ser uma pessoa de bem e ter uma vida segura junto de sua família, vivendo em paz e respeitando seus semelhantes.
Helvécio
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