Tempo de guerra é tempo difícil. É tempo de lutar. É tempo em que não se pode descansar. É tempo de ficar atento. De permanecer acordado. Não se pode dormir muito. Senão o inimigo entra no arraial, faz o cerco e toma a cidade.
Existiam as guerras da história antiga e média, que eram mais comuns. Cada guerra tinha uma motivação. Cada cidade-reino tinha seu exército. Homens fortes. Armas apropriadas. Muros altos. O principal motivo que causava as guerras era a sede de poder, o qual gerava a necessidade de conquistar territórios e soldados. Cada vitória significava a incorporação de mais e mais poder ao exército daquele país ou reino. Então, o exercício da guerra era, ao mesmo tempo, a prática e o aprendizado sobre a arte de lutar.
Hoje ainda existem muitas guerras. Mesmo que não haja exércitos militares com atividade intensa no mundo, existem várias outras guerras em diversos outros aspectos. Existe a guerra pela sobrevivência. Cada um sobrevive como pode. Ainda há centenas ou milhares de crianças sofrendo de inanição em vários países. A cada dia, cada uma dessas crianças trava talvez a última das suas guerras. Muitas delas vencem e se tornam aptas para começar o combate do dia seguinte. Outras ficam pelo caminho.
Existem as guerras pelo mesmo poder de sempre. Só, que agora, com outras armas. O capital, a influência, o domínio tecnológico, as reservas minerais, as reservas naturais etc. De acordo com as modificações sofridas no planeta ao longo dos anos, os objetivos de cada guerra são adaptados para tornarem-se alvos convenientes.
Além disso, cada pessoa adquire o hábito de lutar pelos seus próprios ideais. Podem ser eles de busca de conhecimento, melhoria do status social, aquisição de bens, capacidade de influenciar outras pessoas, dentre outros inúmeros. E, a cada dia, cada ser humano trava sua guerra particular, alguns matando um leão por dia para seguir em frente nessa busca incessante por atingir os seus ideais. E cada um de nós estabelece as prioridades para nossos objetivos. A cada um deles que é alcançado e a cada circunstância que surge, vamos modificando essas prioridades, a fim de que o foco de nossa guerra particular continue sendo aquele que nos levará à situação que consideramos ideal naquele momento.
Reflitamos nas guerras que temos travado atualmente. Analisemos as verdadeiras motivações que nos têm feito lutar. Quem sabe poderemos melhorar nossa visão, modificando ou eliminando determinados objetivos que nos têm tornado soldados incansáveis? Devemos praticar nossa luta diária, porém não buscando o combate em si mesmo, mas procurando alcançar a paz para o nosso interior e também para quem está ao nosso redor, que é a situação ideal para todos nós, seres humanos. Se existe alguma guerra justa, para nós, esta é aquela que nos trará a paz. Somente essa se deve lutar.
Helvécio
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