sexta-feira, 12 de agosto de 2011

PADRÕES INJUSTOS

   Sucesso. Conquistas. Ser o primeiro. Competir. Disputar. Estar no topo. Ser invejado. Ter as melhores notas. Ser precoce em muitas coisas. Não poder fracassar. Sentir vergonha em não ser vitorioso. Ganhar dinheiro. Ter a melhor roupa. Morar em um ótimo apartamento ou ótima casa. Conta bancária farta. Nunca se preocupar em como pagar as contas. Viajar. Ter um ótimo nível de vida.
   Padrões. A sociedade é constituída de diversos elementos. Existem os grupos menores e existe a maioria da população, chamada de massa. E esta é manipulada por uma minoria que dita as regras. E essa minoria estabelece regras e padrões. Existem determinadas "verdades" que o são por terem chegado a esse status de forma imposta. E quem não se adaptar a elas, simplesmente está abaixo da linha da normalidade, de acordo com essas regras.
   Isso é um absurdo. O ser humano nasceu para ser livre. E essa liberdade não é algo imposto como a única forma de fazer alguém feliz. Imagine o seguinte: por que temos que nos submeter a assistir jogos do campeonato brasileiro depois da novela das 21h de certa emissora? E se fosse apenas ficar em casa e assistir na TV, menos mal. Mas as pessoas que vão aos estádios têm que esperar a programação da TV para poder assistir ao vivo a partida no estádio. Pense nisso. É normal? E por que as pessoas consideram como verdades absolutas as opiniões médicas que são anunciadas no Fantástico? Será que ninguém mais em nosso país tem conhecimento suficiente para opinar sobre isso?
   Veja o que acontece quando uma potência mundial fracassa financeiramente. O mundo inteiro no dia seguinte está à beira do caos. Que droga de globalização é essa, que impõe regras iguais para países totalmente diferentes? O cotidiano das pessoas comuns não é mais o mesmo. Até as tribo Zulu da África do Sul estão sendo afetadas por esse boom do ocidentalismo capitalista. Leões sendo filmados em sua vida diária por repórteres do National Geographic. Isso é bom para nós, telespectadores? Óbvio que sim. Mas é bom para os leões? Eles só existem até hoje porque sua vida, hábitos e privacidade foi preservada de alguma forma até hoje.
   Padrões injustos. É isso que vemos grassar hoje em dia ao redor do mundo. Uma pessoa que tem uma vida comum, na qual ela valoriza a família, os bons costumes, a paz, a felicidade, a fé em Deus, a moral, a amizade sincera, não é mais considerada como uma pessoa de sucesso.
   Para ser de sucesso, tem que estar na mídia. Ou tem que ter um diploma de Harvard. Ou da USP. Ou tem que ser um artista famoso. Podemos afirmar, sem medo de errar que, por exemplo, muitos jornalistas de hoje são um produto do meio. São meros leitores de tele-prompters (TP) que permanecem à sua frente durante toda a edição do jornal, sendo conduzidos o tempo todo sobre o que irão dizer e a expressão que terão que fazer. Quando há um problema técnico em uma programação ao vivo na TV, é certo que vai acontecer alguma video-cassetada. E as pessoas ainda aplaudem, e fazem disso parte da programação oficial de certas redes. E na segunda-feira ainda comentamos isso com todos. É claro que temos que ter bom humor. Mas cultura inútil se acha em qualquer esquina.
   Minha gente, vamos acordar para a vida. Não temos que ser produto do meio. Temos que ser nós mesmos. A sociedade impõe certas regras, isso é fato. Mas nós podemos também modificar a sociedade, pois ela é composta de pessoas. E pessoas comuns, como nós mesmos. Saiba, por exemplo, que os poderosos que detém as maiores riquezas pelo mundo afora padecem dos mesmos males que nós. Ficam gripados, têm que fazer suas necessidades. Ficam deprimidos. Têm filhos. Têm problemas de relacionamento. Então, meus queridos, vamos levantar nossa cabeça e deixar de ser influenciados. Vamos começar a influenciar. Não somos um "Zé ninguém". Somos pessoas completas, capacitadas a opinar sobre qualquer assunto que nos compete. E os padrões que temos que seguir competem muito a nós.
   É evidente que temos que seguir a todas as regras que existem para todos os cidadãos. É insanidade não querer cumpri-las. Porém, não precisamos ser meros expectadores da linha do tempo, que vai passando ano após ano, enquanto assistimos a queima de fogos de Copacabana e depois vamos tomar champagne desejando o melhor para o ano vindouro. O que temos que fazer é procurar nos informar, deixar o comodismo de lado, não concordar com tudo de forma passiva. Não precisamos ser pessoas revoltadas, mas temos que procurar ter uma identidade pessoal e inviolável, e influenciar nossos amigos e as pessoas de nosso círculo de convivência.
   Quem você prefere ser? Apenas parte da massa que é manipulada a seguir os PADRÕES INJUSTOS, ou você deseja fazer parte daqueles que lutam para construir um mundo melhor? A resposta você pode dizer apenas a si mesmo, se respondeu a primeira opção.

Helvécio

2 comentários:

  1. È sempre um prazer ler o blog do Helvécio,com postagens coerentes,lúcidas e sempre atuais.Não fica nada a dever a esses colunistas de jornais,com mensagens manipuladas e censuradas por chefes que só publicam o que interessa à mídia.
    O Helvécio escreve o que lhe vai na alma,temas límpidos,sem pedir licença a ninguém para dizer o que pensa.E o faz lindamente,de maneira simples,sagaz,que a gente lê com prazer,pois representa o sentimento comum das massas,o que é pouco comum atualmente.
    Parabéns,Helvécio,eu me orgulho de ser sua conterrânea,pois seus pais foram meus contemporâneos lá no interior de Minas e o ví crescer e se transformar na pessoa admirável que é hoje.
    O mundo tem necessidade de pessoas com você.Desejo-lhe o sucesso que você merece.

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  2. Esse comentário foi feito por Marisa Amaral, minha querida amiga, dona Ziza. Muito obrigado por suas palavras. Um abraço.

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