Dizem que de médico e de louco, todo mundo tem um pouco. Se isso é fato, não se sabe ao certo. O certo é que muita gente receita remédio aos montes. E muitos fazem loucuras. Ou, pelo menos, se faz de louco em alguns momentos.
Uma pessoa que é normal tem atitudes consideradas normais pela maioria que, também, é normal. Porém, ser normal, em muitos casos, não muda o curso das coisas. Há algumas situações em que se tem que sair da normalidade.
Há um filme muito interessante que retrata uma situação semelhante a essa. No filme vida de inseto, as formigas são escravizadas pelos gafanhotos. Aqueles são maiores, mais fortes e dominam mentalmente as primeiras. Elas acabam trabalhando boa parte de seu tempo para ajuntar comida para eles. E, os mesmos, ameçam-nas caso a colheita não seja feita no tempo definido. É um sofrimento a vida delas para angariar alimento para os folgados, que vivem só voando pelos ares, descansando e se divertindo.
Na colônia das formigas existe a hierarquia, com a Rainha ditando as regras, os operários trabalhando duramente para recolher o alimento necessário para alimentar os componentes e também os filhotes. A grande maioria dos indivíduos da colônia é normal. E, ser normal, nesse caso, é ser condizente com a situação opressora na qual vivem. Nesse caso, nenhum dos normais seria capaz de tomar uma atitude inesperada, de onde surgisse, pelo menos, a sombra de uma solução.
Não ser normal pode ser interpretado como loucura. Mas há situações que exigem uma certa dose de loucura. Ver as coisas de forma diferente. Olhar por um ângulo dantes nunca visto. Prestar atenção naquele cantinho deixado de lado. Procurar no lugar que ninguém havia ido antes. Pensar de forma incomum. Agir de forma diferenciada. Isso é que traz a solução, muitas vezes.
No filme citado acima, surge um personagem tido como louco, inicialmente. Ele tem atitudes inovadoras. Inventa instrumentos que facilitam o trabalho de colheita. Pensa de forma diferente de todos, tenta ver as situações de outra forma. E é tido como ireverente, louco. Mas é esse pergonagem que vai fazer toda a diferença no final do filme.
Após muito tempo de opressão, esse personagem consegue atrair parceiros de fora da colônia para ajudar a vencer os gafanhotos. Ocorrem muitas vitórias e derrotas. Ele quase desiste. Há um momento em que ele até desiste mesmo. Mas outra formiga, bem novinha, descendente da rainha, acredita nele, nas suas idéias, e vai atrás e instiga-o a ser quem ele realmente quem deve ser, um revolucionário. Nesse momento, ele recobra forças e parte para concluir o seu intento.
Em uma batalha sem sucesso para tentar vencer os gafanhotos, a colônia fica quase derrotada pela força física dos adversários. Porém, em um momento de extrema coragem, esse personagem, tido como louco, levanta-se sobre seus próprios pés, todo sofrido da luta, para enfrentar o líder dos gafanhotos. A colônia toda se ajunta para ouvir a coragem daquele concidadão delas.
Em um ambiente épico para todos eles, essa formiga arvora-se a incitar suas co-irmãs a enxergar a força que existe na união delas. Os olhos de todas brilham. No momento em que esse aventureiro mexe com o brio das formigas, todas elas se enchem de uma imensa coragem e bravura vinda bem lá de dentro delas e, nesse momento, toda a colônia torna-se um imenso pelotão de soldados, unidos em um só objetivo.
O brilho desse momento é incrível. Há um gafanhoto que perde a própria casca, tamanho é o medo em que fica diante da força daquelas, antes pequeninas criaturas, mas agora, gigantescas. Em resumo, o final do filme mostra algo totalmente real em nossa vida humana. O final feliz é aquele em que os tiranos são derrotados. E em que os humildes, unidos sempre vencem. É algo lindo de se ver.
Porém, o que muitos não percebem, é que, essa união, que foi a causa da grande vitória, só foi possível porque alguém, tido como louco, teve essa idéia não normal. Portanto, meus amigos, sejamos diferentes, às vezes. Procuremos surpreender a nós mesmos, pensando, falando e agindo de forma "não normal". Vale a pena. Quem sabe uma grande vitória vai depender disso? Que tal?
Helvécio
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