quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CRISES, POR QUÊ? NÃO. PARA QUÊ?

   No transcurso de nossa vida, uma das coisas que mais procuramos evitar são os momentos de crise. Nem a iminência delas, nem o seu auge nem tampouco o pós-crise são desejados por qualquer alma, equilibrada que seja. Todos que têm a mente no seu devido lugar sempre almejam uma vida de paz, equilíbrio e desenvolvimento.
   Porém, as crises são inevitáveis, na maioria dos casos. Para muitas pessoas, em algum momento de suas vidas, uma ou várias crises irão aparecer. Elas poderão ser leves, médias ou fortes, dependendo das circunstâncias que as precederem. Vamos refletir um pouco sobre a natureza dessas questões.
   Como poderíamos definir uma crise, no âmbito da vida humana, seja ela em que sentido for? Para defini-la, temos que analisar fatores que provavelmente motivam e motivarão o surgimento de crises. Uma crise dificilmente será auto-geradora, ou seja, para que ela exista, serão necessários um contexto problemático e circunstâncias dificultosas que, juntos, comporão o nascedouro da mesma.
   Na verdade, como o próprio título do texto explicita, é mais simples e mais correto compreender uma crise pela finalidade da mesma. Por mais contraditório que seja, crises são necessárias. Seja no contexto humano individual e individualista, seja no contexto profissional ou corporativo, seja no contexto desenvolvimentista de uma nação, seja no contexto mundial, crises são necessárias.
   Crises são necessárias para evidenciar problemas escondidos no mais profundo das entranhas de uma pessoa ou de um relacionamento. Crises são necessárias para apresentar a olho nu, opções infinitamente melhores e mais práticas de realizar determinadas tarefas executadas de uma mesma forma há séculos. Crises são necessárias para interromper processos segregacionistas também seculares. Crises são necessárias para destruir monopólios profundamente maléficos a toda uma sociedade. Crises são necessárias para mostrar a um ser humano a infinita capacidade latente dentro de si mesmo. Crises são necessárias para mostrar que a maioria das pessoas é capaz de viver de uma forma totalmente equivocada, até que apareça alguém corajoso para peitar, com firmeza de caráter, tal façanha. Crises são necessárias para mostrar que situações calmas nem sempre ajudam a resolver problemas. Crises são necessárias para mostrar que a linha dos acontecimentos necessita de níveis altos e baixos, até para revelar aquilo que realmente é alto ou baixo.
   Inúmeras crises são originadas por providência divina. Até porque Deus é o único que conhece totalmente a natureza humana e pode arquitetar um plano de solução de problemas cujo início está exatamente na crise.
   Crises envolvem, geralmente, figuras humanas. Algumas destas são evidenciadas como frágeis no momento em que a crise surge. Outras, porém, se apresentam como co-solucionadoras dos problemas abrangidos pela crise. Porém, as crises não vêm, em geral,  para mostrar quem seria frágil ou forte. Elas vêm, quase sempre, para, em primeiro lugar, mostrar que há a necessidade de se expor um desequilíbrio de forças. Após isso, elas ajudam a apresentar vários pontos de vista, dantes diminuídos ou ofuscados. E, em último lugar, elas têm a finalidade de recriar, mesmo que de forma conturbada, um novo cenário de equilíbrio, ou seja, vêm para trazer a renovação de todo um contexto capaz de manter equilibrada uma era de desenvolvimento, prosperidade, paz e harmonia entre as pessoas.
   Crises são necessárias. O ser humano produz, por si próprio, circunstâncias acomodadoras. A busca de soluções deveria ser uma atitude fim, e não um meio. As atitudes dinâmicas executadas durante este ambiente são a causa de tamanha quantidade de inventos, criações, idéias, soluções e brilhantes descobertas. A bonança tão almejada registra um cenário cômodo, não provocativo, gostoso de se estar. Estas circunstâncias, caso não modificadas, levam um ser, uma empresa ou um país a se isolar em seu próprio mundo e acreditar que mudanças não são necessárias.
   Crises, por quê? Não! Esta pergunta está incorreta! Não se deve perguntar qual o porquê de uma crise. Existem infinitas causas da mesma. Porém, nenhuma delas irá elucidar o que está por trás ou à frente de uma crise.
   Devemos, portanto, perguntar: Qual a finalidade desta crise? Olhando por esse ângulo, poderão ser encontrados os verdadeiros alvos que deveriam ou deverão ser atingidos pelo forte impacto causado pelas ocorrências provocadas pela crise. Neste momento, o horizonte, antes obscuro, será revelado e compreender-se-á que os benefícios produzidos pela maioria das crises serão muito superiores aos muitos desconfortos vivenciados durante a mesma.
   Por quê? Não! Para quê?

Helvécio

Um comentário:

  1. Que me dêem licença seus outros fãs,mas esse texto foi escrito para mim,se for olhar pela hora postado,era a hora em que meu coração começava a se afligir pelo o que me espera hoje,o seu escrever é bem visto por mim não porque somente é sua relização pessoal ou porque é bem feito ,mas porque você faz a diferença nas vidas de pessoas que você nem conhece.Falo o nosso muito obrigado em nome de muitas delas,e como disseste em seu texto tenho tentado ver o qual a finalidade dessa crise e lembrarei sempre:Que maior o que está em nós(Cristo) do que o que está no mundo.Esse é mais um que vai pra coleção dos "meus especiais",valeu a palavra sábia,ou melhor o texto sábio.Carla Patrícia

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