sábado, 3 de dezembro de 2011

PROVISÃO PARA O CAMINHO

   Certa vez, vi uma frase, que dizia assim: "Há algo mais absurdo do que aumentar as provisões de viagem à medida que menos caminho resta?" Poxa vida! Por que não pensamos nisso? Parece que, quanto mais avançamos em nossa vida, mais nos apegamos às coisas e menos nos apegamos às pessoas. Isso é um contrasenso total!
   Nossa vida pode ser comparada com uma viagem que fazemos. E é isso que ela realmente é, uma viagem. Nascemos, crescemos, nos desenvolvemos e, um dia, iremos para o encontro com Deus. Isso é sim, uma viagem. Vamos refletir sobre isso.
   Quando nos preparamos para viajar, temos que fazer várias coisas antes da partida. Podemos planejar o roteiro que iremos fazer. Podemos comprar as passagens com antecedência. Podemos reservar o hotel. Verificamos o período que vamos ficar ausentes de casa e do trabalho. E, por fim, fazemos as malas. É nisso que vamos refletir aqui: nossas malas, nossa provisão.
   Quando fazemos nossas malas, pensamos em tudo. Nos momentos de lazer. Na higiene. No sono. Nos momentos solenes. Nossa mala reflete os vários instantes que iremos vivenciar em nosso trajeto.
   Vejamos a seguinte comparação: comparemos nossa vida a uma viagem que faremos. Que malas aprontamos a cada dia de nossas vidas? Bem, podemos dizer que passamos a vida toda fazendo e desfazendo malas. No sentido não literal, desfazemos uma mala quando refletimos em algo que estamos praticando incorretamente. Nesse ponto, retiramos tudo da mala, espalhamos e ficamos apenas com aquilo que é útil. O restante, descartamos. A partir disso, refazemos aquela mala.
   Existem várias malas. Existe a mala emocional. Ela contém nossos sentimentos, nossas emoções, nossos desejos. Outro nome que poderia ser dado a ela é: alma. Existe a mala profissional. Ela contém os cursos que fizemos, os seminários, fóruns, treinamentos e todo tipo de aprendizado pelo qual passamos. Contém, também, as experiências em grupo, as relações interpessoais e as dinâmicas de grupo por que passamos. E existe a mala particular, aquela que só nós mexemos. Ela contém tudo de mais privado que temos e conservamos. Ela é privativa e o que ela contém só nós e Deus sabemos do que se trata.
   Vamos refletir na frase que foi citada no início do texto. De que forma podemos confrontar nossa vida com provisão e tempo de caminhada? Pensemos no seguinte: a cada dia que passa, temos que compreender que menos tempo nos resta, não é verdade? É difícil ter que admitir isso, mas é a mais pura verdade. Logo, se menos tempo de estrada nos resta, por que nos apegarmos a tantas coisas, sendo que poucas delas irão nos satisfazer? E digo o seguinte: muitas vezes nos apegamos a isso tudo, fugindo exatamente de quem mais nos ama e quer nos ajudar: Deus. Ele sempre tenta nos alcançar de várias formas, porém, estamos sempre ocupados e envolvidos com nossos afazeres. Se nos apegarmos a Deus, vamos compreender que precisamos de bem poucas coisas para seguir nossa caminhada de forma harmoniosa.
   Lembre-se do seguinte: sempre que vamos desejar parabéns a alguém, ou feliz Natal ou outra felicitação, o que falamos? Paz, felicidade, saúde e harmonia. Por que fazemos isso? Justamente porque acreditamos que isso é o mais importante para aquela pessoa. Muito bem, são exatamente essas algumas das poucas coisas que realmente precisamos para sermos felizes em nossa caminhada.
   Então, meus queridos amigos, vamos terminar nossa reflexão repetindo a pergunta inicial: "Há algo mais absurdo do que aumentar as provisões de viagem à medida que menos caminho resta?" Pode haver, mas não muita coisa. Portanto, vamos praticar algo que tem sido muito falado: o desapego. Deixemos de lado aquilo que não é fundamental, para nos apegarmos somente àquilo sem o qual não vivemos: Deus, nossa família, nossos amigos e nosso trabalho. Combinado?

Helvécio

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