AQUI E AGORA

   Procrastinar. Esse é um verbo não muito conhecido. Porém, é muito praticado. A grande maioria das pessoas faz isso de forma recorrente. É um círculo vicioso que se espalha de forma alarmante. E atrapalha as famílias, retirando a paz de seus lares. Faz com que as pessoas exercitem uma prática muito prejudicial. Essa prática é o famoso deixar para amanhã.

   Nossa vida é dinâmica. As coisas acontecem, uma após outra, incessantemente. Tente imaginar quantos fatos chegam aos nossos olhos ou ouvidos diariamente. E todos eles irão requerer alguma atitude de nossa parte. E, dentre todos esses fatos, alguns deles serão importantes e outros urgentes. De acordo com a prioridade de cada um, eles precisam ser resolvidos, sempre que possível, sem adiamento. Todos os fatos e problemas que colocamos debaixo do tapete irão aparecer, mais cedo ou mais tarde, com juros e correção monetária.

   Existe uma frase, não muito antiga, que ficou famosa: "por que deixar para amanhã o que você pode resolver depois de amanhã?" Isso é a destruição de uma vida organizada. Desde crianças somos incentivados a levar uma vida ou de forma a ser responsáveis e desembaraçados ou de forma complicada. Infelizmente, mais pessoas crescem sendo desorganizadas.

   Temos que aprender a resolver em tempo real tudo aquilo que é de fácil solução. Acumular é ajuntar lixo. É ser irresponsável, muitas vezes. A melhor sensação que um profissional pode ter ao final de um dia de trabalho é estar com a mesa limpa de papéis resolvidos ou com a caixa de entrada de emails vazia de pendências. É terrível ter que baldear os problemas virando a data do calendário. Isso significa que amanhã você terá todas pendências do dia mais uma.

   Evidentemente, existem pendências que não se resolvem nem na mesma hora e nem no mesmo dia. Porém, o estado dela tem que ser pendente apenas por um tempo. Caso contrário, o que ocorre é o mesmo que as mazelas encontradas na maioria das administrações públicas, onde se vêem questões jogadas, não apenas dias à frente mas, também, mandato após mandato. Isso é a profissionalização da preguiça, do descaso. É a instalação oficial da falta de vergonha.
   Meus caros, em nossa vida particular também é assim. Somos gestores de nossas questões. Nós é que decidimos os problemas que vão acompanhar a virada de data ou não. Temos que aprender, dia após dia, a encarar como simples as coisas que o são. E a priorizar aquilo que é prioritário. E a não jogar para a frente aquilo que tem solução imediata.
   Vamos, portanto, aprender a aprender. Agir rápido quando é possível. Sem pressa, mas, com agilidade, sem gastar mais tempo que o necessário. Porque isso é perda de tempo. E perder tempo, nos dias de hoje, é um risco grande. Portanto, para as coisas que podem ser feitas no momento, digamos e façamos: aqui e agora.


Helvécio