E é importante analisar essa fase da relação a fim de entendermos que há determinados momentos em qualquer relacionamento onde poderá ser necessária a unilateralidade de algo que envolva as duas pessoas. Há momentos onde a fragilidade de um dos dois pode ser tão grande que exija a doação total do outro. E, mesmo assim, o relacionamento continua sendo recíproco, lícito, justo. Isso pelo fato de que o inverso também pode ocorrer, ou seja, a pessoa que se doou totalmente em um momento pode precisar da doação total do outro em outra época. Isso é natural do ser humano. E eu chamo esse exemplo de um relacionamento pleno e íntegro. Pois é justamente na exigência de uma doação total que se vê a fidelidade, a voluntariedade, a decisão de estar por querer.
Certa vez li uma frase que dizia: "No lugar de se concentrar em coisas e tempo, concentre-se em preservar e fortalecer relacionamentos e em atingir resultados." E entendo que a nossa realidade atual nos força a nos concentrar muito em coisas e em tempo. Mas esses dois valores, apesar de ter sua importância, não são tão imprescindíveis em nossa vida quanto os relacionamentos. Imagine o fim para o qual se destina nosso tempo. Se precisamos nos apressar, é devido a algum evento que irá ocorrer. Esse evento está sendo promovido por alguma PESSOA. Se temos que dar valor em alguma coisa, essa coisa estará vindo de ou indo para outra PESSOA. No fim das contas, qualquer atitude que tomarmos, mesmo que seja diretamente ligada a valores materiais, ela terá um ponto de contato com algum ser humano,
que é a verdadeira razão de ser de qualquer um de nós. Nós vivemos para nos relacionar. Vivemos para nos expor e para sermos expostos. Pense na maior conquista que você já teve. Pensou? Então, ela não teve nenhum sentido se você excluir as pessoas que estiveram ao seu redor durante o período dessa conquista. Pense nas pessoas que foram a sua base para o início do processo. Pense nas pessoas que se alegraram ao final de tudo. Então, é possível ser uma grande pessoa sem que isso envolva uma outra? Evidente que não. É por isso que uma imensa quantidade de gente se deprime quando vive sozinho, quando não compartilha sua vida com outras pessoas. Porque nossa essência está primeiramente em dividirmos nossa vida com nosso semelhante. Tudo de bom ou de mal que temos ou enfrentamos deve ser compartilhado de alguma forma. Isso chama-se VIDA. Pense nas melhores propagandas que as melhores agências já produziram. Qual é o alvo delas? As pessoas. Pense em qualquer atividade humana. Ela certamente terá como fim outros seres humanos. Pense na célula-mãe da sociedade, onde a criança tem os primeiras experiências de relacionamento na sua vida, a família. Tudo começa ali, no lar, doce lar, onde as primeiras decepções acontecem, onde as primeiras vitórias chegam, onde o sentimento de felicidade recíproco é vivido. Enfim, a vida futura vitoriosa de qualquer pessoa tem início nos primeiros anos iniciada dentro de um lar feliz dentro do possível, através de quê? De vários RELACIONAMENTOS. Então, nós existimos para quê? Para nos relacionarmos. É a atividade mais importante que podemos ter ou fazer. Quando um homem se apaixona por uma mulher, na plenitude da sua juventude, imagine isso. Qual o maior desejo dos dois? Relacionar-se, em todos os sentidos. Qual a razão para as maiores decepções existentes? Em geral, são problemas ligados a relacionamentos. Enfim, qual a finalidade com a qual escrevo esse texto? Atingir o seu coração, com a intenção de despertar uma reflexão. Ou seja, o objetivo principal desse texto é que o escritor (eu) se relacione com o leitor (você), pensando em um objetivo. É assim que funciona qualquer relacionamento. Duas ou mais pessoas, através de uma série de desejos, pensamentos, atitudes e olhares, se envolvendo, com o intuito de atingir determinados resultados, sempre positivos.
Pense nisso.
Helvécio
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