quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Por inferência

   Quem é da área de ciências exatas provavelmente estudou a Álgebra Booleana, que foi criada pelo matemático britânico George Boole. O estudo dessa matéria específica é importantíssimo para desenvolver um bom raciocínio lógico, o qual ajuda a resolver vários problemas de uma forma determinística, ou seja, analisando questões de modo que, para situações semelhantes, teremos resoluções com raciocínios quase idênticos.
   A Álgebra Booleana é baseada em proposições, conectores, inferências e resultados lógicos derivados destes elementos, onde questões lógicas levam a determinados resultados baseados em raciocínio matemático. Um exemplo de um problema lógico booleano seria: Proposição(1)-João é brasileiro. Proposição(2)-Emily é norte-americana. Inferência. Se a Proposição(1) é verdade E a Proposição(2) é verdade, logo, João e Maria não nasceram no mesmo país. Através do raciocínio lógico baseado nesta teoria, a resolução de problemas obedece uma linha matemática e podem-se obter resultados corretos rapidamente.
   Os estudantes de ciências exatas estudam matérias que incluem álgebra booleana, naturalmente. Quem tem aptidões para exatas sente certa facilidade em questões lógicas e isso os ajuda muito a analisar questões da vida de forma bem lógica. Por exemplo, se o marido vê que está atrasado em seu trabalho e já são 17h45 e ele tem um compromisso ás 20h00, ele precisa agir de modo que acelere a resolução do problema, pois caso contrário, não conseguirá chegar em tempo ao seu compromisso.
   Normalmente, o homem tem um raciocínio mais lógico do que a mulher. Esta tem a tendência de analisar as questões de forma subjetiva, vendo os detalhes e nem sempre pensando de forma lógica. Talvez seja por isso que o mundo das exatas seja mais procurado pelo gênero masculino, pois pensar de forma lógica já faz parte da vida cotidiana dos homens. Da mesma forma, as ciências humanas requerem bem mais as análises subjetivas, a atenção aos detalhes. Na maioria das vezes, as questões não obedecem a lógicas, muito menos a lógica booleana, onde verdadeiro ou falso simplificam a resolução dos problemas. As ciências humanas requerem que se façam raciocínios baseados em diversas teorias, experimentos, estudos de caso e um olhar para o futuro e análise do contexto todo que envolve o problema. E, mesmo assim, a resolução talvez não seja algo tão direto como nas ciências exatas. Porém, em questões de gênero, há muitas exceções, pois temos inúmeras mulheres que representam muito bem as ciências exatas e homens brilhantes nas ciências humanas. A capacidade de se destacar em qualquer uma destas áreas nem sempre está relacionada aos hormônios masculino ou feminino, depende bem mais de questões de personalidade, dons congênitos ou aprendidos ou desenvolvidos ao longo da infância.
   Arrazoando sobre estas questões que envolvem o raciocínio, vale a pena pensar em uma questão muito pouco abordada. A de que diversas profissões e atividades desenvolvidas por diversos profissionais podem receber um bom auxílio da álgebra booleana. Por exemplo, na política, onde se destacam nobres e eloquentes senhores que teorizam muito bem várias questões do país, porém não raciocinam de forma a resolver os problemas de forma direta e que cheguem a resultados de forma prática. E, quem sabe, diversas profissões que abordam muitas questões teóricas talvez não tenham lançado mão da álgebra booleana simplesmente porque ninguém ainda o sugeriu. Talvez valha a pena tentar.
   Além disso, trazendo para o mundo simples de nossa vida tão corrida nas cidades, a álgebra booleana pode nos ajudar a resolver questões que seguem uma determinada lógica, porém, não atentamos para isso. Por exemplo, a forma de ensinar nossas crianças a pensar pode receber uma boa dose de lógica, a fim de que elas tenham facilidade tanto de resolver problemas matemáticos quanto de tirar conclusões em questões de geografia e história. Por exemplo, se um fato histórico ocorreu em decorrência da vontade de um reino conquistar determinados territórios, é fato que deveria haver países que podem ter sido subjugados por aquele país ou reino que estava em processo de conquista. Também, analisar as guerras pode ficar mais fácil se pensarmos que, pela lógica, o homem sempre teve sede de poder e dominar mais e mais territórios sempre foi sinônimo de dominação e implantação de culturas, tais como a cultura helênica e romana. Além disso, um dos problemas que nossos alunos têm reside na interpretação do enunciado de problemas de matemática e física. Caso ensinemos a eles a pensar de forma lógica, poderá haver um bom progresso nesta questão.
   Portanto, meus caros, o importante, refletindo sobre esta matéria chamada de Álgebra Booleana, é que a mesma pode nos ajudar muito mais do que imaginamos. E um paradigma que existe é que as ciências humanas estão, de certa forma, dissociadas das ciências exatas, o que nem sempre é verdade. Ambas as ciências podem se ajudar mutuamente, cedendo partes de si mesmas para resolver problemas da outra. Ou seja, por inferência, concluímos que nem tudo obedece uma lógica, mas as questões que obedecem, precisam ser encaradas de forma mais objetiva, o que simplifica a questão e antecipa a resolução deste problema, o que, além de ser um dos principais objetivos, diminui o stress e permite alocar o tempo antes ocupado para outras áreas mais interessantes.

Helvécio

2 comentários:

  1. Bom o texto meu amigo. Penso que sim, a interdisciplinariedade é importante, necessária. O pensamento lógico, o raciocínio lógico são importantes e nos permitem alcançar conclusões normalmente mais corretas. Todavia essa objetividade não cabe em muitas situações de nossa vida, como você mesmo expôs. E entra novamente a questão do equilíbrio, nem muito subjetivo, nem muito objetivo.. isso é o caminho da sabedoria, assim penso eu.

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    1. Obrigado pelas considerações, meu caro Aluísio. Realmente, ponderar é a palavra chave, seja em humanas, seja em exatas. Aliás, ponderamos usando algo de humanas para saber se a questão é de exatas. Obrigado.

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