domingo, 19 de junho de 2011

RELATÓRIO DA SAÚDE

    Quem não caça, não come. Assim era a rotina dos nossos primeiros ancestrais, bem lá nos primórdios. Os homens caçavam pra sustentar a família. Lutavam com animais selvagens, portanto, exercitavam muito seus músculos. Não tinham sequer tempo para ficarem deprimidos. Eram fortes, esbeltos e tinham suas tarefas bem definidas todos os dias. As mulheres pariam seus filhos com os pouquíssimos recursos de que dispunham e cuidavam das suas crias quase como os animais, ensinando seus filhos a sobreviverem em meio a um ambiente totalmente hostil.
    Depois, mais tarde um pouco, nossos ancestrais eram povos nômades, que viviam basicamente da caça, pesca e cultivo da terra. Também não tinham tempo para sequer pensar em ter saúde. Quando padeciam de um mal grave, a morte era quase certa. Mas já conheciam um pouco da medicina natural, tal como utilizar as ervas do campo com suas propriedades curativas e paliativas contra os males do corpo e da alma.
    Mais tarde, já na Roma antiga, a questão da saúde ainda não era muito bem desenvolvida. Na época do Coliseu havia 1 milhão de pessoas perambulando pelas ruas da cidade, sem emprego, sem atividades definidas, sem ter o que fazer. E o pior de tudo: pobres de recursos. Não sabiam ler, na sua maioria, não tinham com o que se sustentar, não eram esclarecidas. Não havia higiene. Apenas os Imperadores e as pessoas mais próximas destes soberanos é que tinham acesso aos banhos quentes que haviam sido construídos nas galerias subterrâneas. As demais pessoas não tinham nem um mínimo de higiene. Não havia um local para se fazer as necessidades. As pessoas não tomavam banho. Não escovavam os dentes. Não cortavam sequer as unhas frequentemente. As roupas não tinham nenhum cuidado. O local de dormir era compartilhado com animais. 
    Enfim, havia um caos total em termos de saúde. E as doenças foram aparecendo em maior número nessa época devido ao aglomerado de pessoas que começavam a ir para as cidades. Depois de muitos anos é que surgiram os primeiros alquimistas que, em laboratório, começaram a desenvolver os primeiros medicamentos, bem como as vacinas, que depois viriam a ser utilizados para combater os males da época. Mesmo assim, houve vários surtos de doenças terríveis que se tornaram epidemias e assolaram grande quantidade de pessoas ao redor do mundo. A peste bubônica, a gripe espanhola, bem como outras.
    O panorama hoje é muito mais favorável que em outros tempos. Agora mesmo vemos a campanha para vacinar crianças abaixo de 5 anos contra paralisia infantil. Vemos, também, os pediatras orientando pais e mães para os maiores cuidados que devem ter com seus bebês. Inúmeras reportagens elucidando questões sobre a obesidade, que pode se tornar o mal dessa primeira metade do século XXI. 
    Vemos, também, orientação nas escolas sobre hábitos saudáveis na alimentação, ensinando as crianças a comerem alimentos ricos em proteínas e fibras. Empresas multinacionais investindo pesado em alimentos que favoreçam a saúde, ajudem a emagrecer. Isso sem falar nas práticas fitoterápicas, que são, de certa forma, uma volta ao passado de se aproximar das propriedades curativas das plantas. Além disso, a informação sobre todos os tipos de atividades é algo que chega a incomodar, tamanho é o número de programas audiovisuais divulgando tais informações.
    Portanto, é notório que temos todos ou quase todos os elementos necessários para termos uma vida saudável, na essência da palavra. Apesar disso, inúmeras pessoas encontram dificuldade em levar uma vida saudável. Citemos as práticas indevidas, tais como: o tabagismo, o alcoolismo, o uso de drogas diversas, o sedentarismo, o stress, o excesso de trabalho, a falta de comunicação, o isolamento, o individualismo, a falta de convivência em família, a desagregação das mesmas, a precocidade das crianças no conhecimento e convívio com fatores antes encontrados apenas na idade adulta, dentre outros.
    Analisando todas essas questões que perpassam pelo desenvolvimento da humanidade é que devemos nos perguntar: em que sentido somos pessoas melhores que nossos primeiros ancestrais, melhores que os habitantes da Roma antiga? Até que ponto evoluímos? Por que encontramos tamanha dificuldade em sermos disciplinados para adotar as boas práticas de vida? Está aí uma pergunta que deixo para você, leitor, responder.

Vivamos uma vida mais saudável, em todos os aspectos.
Um abraço

Helvécio

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