Quando trabalhava no Senac, há alguns anos atrás, sempre assistíamos a um vídeo antes do início dos cursos que ministrávamos. O título em português era: "Se careta matasse." O principal assunto era a importância do comportamento que devemos ter em todos os momentos e, naquele caso mais específico, durante o curso em questão.
É muito interessante a forma como nós, seres humanos, nos comportamos. A maior dificuldade que vejo está em não conseguirmos nos enxergar como devemos. Sempre desejamos o melhor comportamento vindo em nossa direção. Mas temos enorme dificuldade de levar as boas maneiras na direção oposta.
Entender-se como ser social e sociável não é um tema para ser estudado apenas e rapidamente nas aulas da antiga matéria estudos sociais. Nela víamos a definição de indivíduo, cidadão, sociedade, política, os três poderes etc.
Um dos maiores problemas de se projetar nas pessoas um bom comportamento é a retórica enorme que se tem e a ausência da prática diária coerente com esse discurso, por boa parte das pessoas adultas.
Há uma frase que diz: "A vida é um eco. Se você não está gostando do que está recebendo, observe o que está emitindo." Vejo que isso é uma realidade. Um exemplo: caso ao se aproximar de uma pessoa você a trate rispidamente, é quase certo que vai receber uma resposta à altura de sua provocação. Por outro lado, a chance de você ser bem tratado é enorme se você for gentil e educado com alguém.
Essa questão se aprofunda mais ainda em se tratando de pessoas mais próximas e mais ainda na família. Muitos relacionamentos se desgastam porque não polimos as palavras que dizemos para as pessoas que mais amamos. Isso é uma contradição. Mas o fato é que, com pessoas com quem convivemos não todo o tempo, conseguimos ter um certo jogo de cintura, porém, dentro da mesma casa você é necessariamente transparente.
É ali, no seu lar, doce lar que você retira as máscaras, que você mostra as suas mazelas. E, nesse caso, é necessário um comportamento que tenha educação e, ao mesmo tempo, sinceridade, gentileza e, ao mesmo tempo, praticidade. Quando se consegue ser sincero e cordial dessa forma e há um diálogo, poderão vir inúmeras adversidades que elas serão transpostas, mesmo com dificuldade.
Há pessoas que se ufanam por ser "muito" sinceras. Não existe isso de ser muito sincero. Sinceridade é algo objetivo. Ou se é ou não se é. O que pode haver é sinceridade em alguns assuntos e em outros não. Porém, esse "muito" diz respeito a uma facilidade de se dizer as coisas de forma aberta, exposta e, muitas vezes, desnecessária. Há que haver uma educação, gentileza e polidez para se expressar as palavras. Não se omite a verdade sendo gentil ou demonstrando educação.
Nosso corpo fala. Nossos olhos expressam o que há em nosso interior. O que precisamos mesmo é entender a necessidade de nos relacionarmos com nosso semelhante, seja ele próximo ou não.
Aquilo que desejamos receber deve ser antes plantado por nós mesmos no coração da pessoa que se relaciona conosco. O que ela emite em nossa direção é geralmente uma reação à mensagem que enviamos a ela primeiramente.
Portanto, meus amigos, devemos saber, primeiro pensar, refletir, para depois falar e expressar o que desejamos. Porque depois de expressa, uma palavra jamais tem volta. Tenha sucesso em seu comportamento.
Helvécio
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