quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Palavras ao léu

   As palavras são a forma que usamos para expressar aquilo que desejamos manifestar para a pessoa que as ouve. É a forma mais utilizada para nos comunicarmos. Por isso mesmo, é uma das coisas mais importantes do mundo. Praticamente tudo está relacionado com as palavras. Ao nascermos, o nosso choro pode ser considerado como palavras dizendo: "Cheguei, estou aqui, eu existo." E, também, quando uma pessoa morre, suas palavras cessam, revelando que sua existência aqui chegou ao fim.
   Em toda a nossa trajetória as palavras são fundamentais. Uma das primeiras coisas que aprendemos é balbuciar expressões. E, logo que um bebê aprende a dizer as primeiras palavras, ele torna-se um orador. Fala longos discursos aos pais, irmãos e amigos próximos, mesmo que suas palavras não sejam compreensíveis. Sem dúvida nenhuma, as palavras percorrem o nosso ser desde o seu interior, que é onde elas nascem. E, de lá, brotam como a água em uma nascente e vão tomando forma em nosso cérebro, sendo esculpidas até chegar à nossa boca e serem conduzidas pelo meio onde estamos até atingir aquelas pessoas próximas, sendo recebidas e decodificadas no cérebro delas e filtradas ou não por elas.
   Foi dito que as palavras que falamos jamais tem um fim. Diz-se que elas continuam ecoando eternamente pelo universo, sem um fim. Se isso é uma verdade, não se sabe. Mas o que é fato é que cada som que pronunciamos em forma de linguagem inteligível tem uma importância enorme. E é exatamente nesse ponto que quero chegar: na importância do que dizemos.
   A nossa vida precisa ser coerente. Uma pessoa que vive na França usualmente fala francês, que é o idioma nativo de seu país. Um alemão irá falar a sua respectiva língua nativa. Outra coisa: uma criança irá, normalmente, utilizar expressões infantis. Uma pessoa feliz vai dizer palavras alegres, que expressem o momento pelo qual está passando.
   Desta forma, devemos dizer aquilo que está relacionado com as nossas atitudes. Esse é o ponto. Muito mais que palavras que conduzam discursos recorrentes ou retóricos de promessas que poderão não ser cumpridas, devemos expressar com convicção aquilo que iremos praticar. Um dos motivos pelos quais o ser humano anda sendo muito desacreditado é a incoerência do seu discurso com a sua prática. Palavras ao léu. É assim que nos lêem quando muito falamos e pouco ou nada fazemos. Isso é incoerente. É feio. É injusto. Muito melhor não dizer nada se não iremos fazer, do que ficar com longas promessas que jamais serão cumpridas.
   Há uma incompreensão por parte de certas pessoas quanto a isso. Ao serem confrontadas com determinada situação de cobrança ou questionamento, elas entendem que precisam dar uma satisfação ou promessa de que aquilo será resolvido de alguma forma. E, mesmo não sabendo ou não tendo noção do que irão fazer, emitem uma resposta em forma de promessa, do tipo: "amanhã eu faço", "depois irei lá", "eu me esqueci, desculpe", "nossa, eu nem vi isso", "esqueci de olhar na agenda", "ando muito esquecido", ou qualquer outra desculpa que nos exima do ocorrido. Porém, muitas vezes melhor que isso é usar de sinceridade.
   Há uma frase que diz: "Assim como a carroça vazia é a que faz mais barulho do que a cheia, assim também é a pessoa vazia em si mesma de conteúdo, que vive fazendo barulho e não produz atitudes coerentes." Meus amigos, vamos pensar nisso? Vamos propor três coisas a nós mesmos? A primeira: planejar nossa vida, nossas atividades. A segunda: só prometer aquilo que podemos cumprir. A terceira: procurar de todas as formas possíveis cumprir aquilo que prometemos. Desta forma, estaremos evitando aquilo que é citado no título: PALAVRAS AO LÉU!

Helvécio

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