É muito interessante analisar como a compreensão da vida é construída e desenvolvida no cérebro de uma pessoa. A multiplicidade de edifícios de conhecimento que são erguidos dentro de nosso cérebro é simplesmente inacreditável.
Desde os primeiros dias de vida, nossa mente começa a trabalhar para erguer as diversas construções que farão parte dessa imensa cidade que existirá dentro de nossa compreensão. Cada som que ouvimos apontará para um registro de um fato dentro de nós. Cada palavra diferente, dita por pessoas diferentes, causará um impacto diferente dentro de nós. Cada toque que recebermos de carinho corresponderá a uma sensação emitida pelo cérebro aos nossos órgãos e membros.
Se observarmos a formação emocional e intelectual de um ser, veremos que esse processo é influenciado por diversos fatores. Um deles é importantíssimo. O país onde ele é criado e educado. Esta questão engloba diversos itens na formação da pessoa. A história do país, os costumes do povo, o clima do local, a economia, a geografia, a política, as relações interpessoais etc.
O idioma nativo, que é ensinado e vivido tem um papel preponderante na construção do entendimento da pessoa. Ele não significa apenas saber ler, escrever, ouvir e falar. É muito mais que isso. Envolve um estilo de vida do país. Um jeito de falar. Envolve expressões idiomáticas. Figuras de linguagem. Expressões características do local. Envolve o jeito de sonorizar as palavras.
O estilo de vida que as pessoas levam tende a influenciar muito no comportamento do indivíduo. Somos seres sociais e, portanto, para sermos inseridos harmonicamente nos grupos aos quais pertencemos ou iremos pertencer, devemos ter um comportamento adequado aos padrões de boa convivência estabelecidos dentro desse grupo.
Os valores cultivados e ensinados dentro do seio familiar, porém, são algo mais forte do que todos os fatores mencionados. É dentro das paredes do seu lar que a vida se ergue. Uma criança irá dormir dentro desse ambiente. Ela irá aprender as orações que sua família faz. Ela irá ouvir as músicas que eles cantam. Ao acordar, ela irá sentir o cheiro de sua casa e de seus familiares. As vozes que ela ouvirá serão a de seus pais e irmãos. As risadas e choros de seus entes queridos serão gravadas na sua mente.
Enfim, cada um de nós constrói, por si mesmo, o seu próprio edifício de conhecimento. E nenhuma dessas construções é idêntica. Existem duas cidades intelectuais. A cidade maior, que é aquela na qual cada um de nós é uma casa ou um prédio erguido em uma determinada rua. E a outra, que é aquela que existe dentro de nós, do nosso cérebro, onde ruas, avenidas, praças, parques, casas e prédios são formados envolvendo os infinitos assuntos que acumulamos dentro da sede de nosso conhecimento, o incrível cérebro humano.
Helvécio
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