Pompa, luxo, glamour, requinte, finesse. Estas são palavras apropriadas para se descrever um ambiente real, seja ele qual for. O natural de se pensar, em se tratando de assuntos nobres, nesse sentido, é imaginar enormes salões decorados da forma mais requintada possível, serviçais com os melhores comportamentos que se possa encontrar, decorações elegantérrimas etc.
Podemos ver esse exemplo nos filmes que retratam histórias que se passam em locações com esse perfil. A atratividade de ambientes como esse é enorme e causa sempre boas impressões aos olhos dos espectadores.
Porém, iremos refletir brevemente sobre outro tipo de nobreza. A nobreza retratada nos filmes é, sim, cheia de requintes e de pompa. Não obstante, ela deixa muito a desejar, muitas vezes, em relação a valores nobres no sentido de uma análise da moral, ética, honra, generosidade e humildade.
Os valores mais nobres que se podem encontrar estão no mais profundo do coração. Não se vendem. Não aparecem em fotos, nem tampouco são retratados em filmes. Também não podem ser vistos pelo sentido da visão convencional. Eles demoram um pouco mais de tempo para serem descobertos, pois são profundos. Eles têm uma densidade muito maior do que algo que possa ser encontrado na superfície. É como uma pedra preciosa encontrada a alguns metros do nível da terra. Precisa ser escavada cuidadosamente.
O sentimento mais puro de realeza que possa existir é o mais sutil de todos. Um soberano exemplar é aquele que, além de exercer o seu mandato como governante de uma nação, é o que não oprime o povo governado e, ainda mais, sabe ser humilde a ponto de que o poder que o mesmo detém não altera suas faculdades mentais. Ele sabe governar com sutileza, com gentileza, com cautela, sem alterar a voz. Seus serviçais se comprazem em servi-lo, pois isso lhes dá alegria. Não se sentem oprimidos, muito pelo contrário, sentem-se protegidos por tão nobre pessoa.
Oxalá, os poderosos do mundo, não apenas os reis ainda existentes, entendessem esse valor realmente nobre, no sentido estrito da palavra. O verdadeiro exercício de nobreza consiste, não em usar a autoridade em si, mas sim em agir de forma naturalmente hierárquica, sem permitir que o poder, que é temporário, altere a personalidade, o humor ou a forma de tratamento que tal pessoa tem com os seus semelhantes. É a compreensão de que a diferença não está na essência da pessoa que detém o poder, mas sim na função ou cargo que a mesma está alocada. E isso é temporário. Muito mais passageiro do que se possa imaginar.
A pessoa que espelha a verdadeira figura de um rei ou uma rainha é aquela que tem um atributo único, encontrado apenas nos mais remotos rincões desse mundo: a humilde realeza. São pouquíssimos que alcançaram a compreensão que as levou a essa prática tão louvável. Só mesmo com a inspiração e ajuda divina poderiam ter chegado a tal ponto. E é isso que me encanta: o ensino de valores nobres de forma tão humilde.
Helvécio
Texto de profundo conteúdo,os valores nobres precisam ser buscados por todos,sabemos que a humildade é a base sólida de todos os valores nobres e podemos até afirmar que o topo da inteligência é alcançá-los através da humildade,porque precisamos ter uma certeza: a de que ninguém é superior a ninguém.Todas as almas nobres têm como ponto comum saber que nunca é tarde pra mudança!!!!Abraços!!!1
ResponderExcluirTem gente que diz que só podemos dizer algo quando praticamos. Evidentemente, ninguém é perfeito. Mas, ao falar para nós e para os outros, vamos nos conscientizando da necessidade de mudar. Abraço.
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