Muitas vezes as pessoas acreditam que estão no fundo do poço. Parece que as coisas não estão dando certo mais. E, talvez, nunca deram e pensa-se que nunca irão emplacar. Nesse momento as forças se esvaem. Os sentimentos concentram-se em apertar o coração. A visão é ofuscada. Os sonhos morrem. Os planos quebram-se. As atitudes se enfraquecem. Enfim, instala-se um panorama enormemente difícil.
Porém, nos esquecemos de algo importantíssimo. Somos humanos. E essa raça identifica-se por uma das características mais fascinantes dentre todos os indivíduos terráqueos: a capacidade de renascer. Tanto quanto as circunstâncias declinam quando tudo diz que não vai dar certo, quanto com a mesma intensidade tudo se renova quando algo aparentemente minúsculo ocorre dentro de um ser humano: a vontade de renascer aparece.
No livro "O monge e o executivo" descreve-se um processo que culmina com a capacidade de amar. E o início desse processo começa exatamente com uma só palavra: vontade. Essa é a palavra chave para a grande maioria das epopéias que já existiram e que ainda podem ser escritas na vida de qualquer um de nós.
Tudo o que precisamos entender é que, nessa vida, nada é estático. O que foi ontem, pode já estar deixando de ser hoje e certamente já não o será amanhã. Então, não importa o quão bem você esteve ontem. Isso era importante só ontem. Hoje tem a sua importância particular, presente. E o amanhã o terá da mesma forma.
Renascer é ter a capacidade de ressurgir do nada. É pegar as cinzas e trocá-las por uma mercadoria novinha em folha. É saber fazer como o grão de trigo, citado nas Escrituras Sagradas. É dito o seguinte: "Se o grão de trigo cair na terra e não morrer, ele fica só. Mas, se morrer, ele dá muito fruto." E é isso que temos que fazer para renascer: morrer para as coisas velhas.
E o que é morrer para as coisas velhas? É exatamente saber contar os dias. É saber que o ontem pode ter sido maravilhoso, porém, ele já foi. Já era. O hoje precisa do seu combustível atual, presente. Uma semente toma a capacidade de tornar-se um novo fruto exatamente deixando de ser, deixando de existir. É isso que temos que aprender: deixar a velha criatura para trás, deixar as velhas práticas para trás, deixar os velhos sentimentos lá longe, nem lembrar que eles existem.
Renascer é renovar. É recriar. É refazer. É reescrever a história. É retomar a direção de nossas vidas. É repensar as nossas atitudes. É reclinar a nossa cabeça no travesseiro e fazer um exame de consciência. É recolocar as peças do quebra-cabeças no lugar. É reeditar o filme de nossa vida. É recobrar as forças, tomando pela mão aquilo de mais importante: a vontade.
Helvécio
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